Notícia - Diap alerta sindicatos para votação do custeio do movimento sindical

O analista político, jornalista e assessor parlamentar do Diap, Marcos Verlaine, chama atenção do movimento sindical para a possibilidade de votação do projeto que trata do financiamento dos sindicatos. “O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, anunciou que o deputado Luiz Gastão (PSD-CE) vai apresentar projeto de lei para sanar o vácuo legal do custeio sindical, por meio da cobrança da contribuição ou taxa assistencial/negocial. Nos marcos do que o Supremo decidiu”, disse em matéria do site do órgão.

Ele resgata as decisões do STF e do TST sobre o tema, que não ajudaram a definir como seria a cobrança da possível contribuição dos trabalhadores aos seus sindicatos, e como seria feita a oposição. “A solução duradoura, definitiva e estável, que vai trazer e permitir segurança jurídica para a cobrança desse financiamento, vai nascer no Congresso Nacional”, pontua.

Segundo Verlaine, a partir da aprovação de projeto de lei, primeiro na Câmara e depois no Senado, deriva todas as demais demandas do movimento sindical. “A ideia de ser apresentado por deputado ligado à bancada empresarial reduz bastante os atritos que tal matéria pode enfrentar no Congresso. Mas é preciso, unitariamente, examinar qual o melhor deputado para ser o relator. Isto é, aquele que reúne as melhores condições de aprovar o texto”, alerta.

 

TEMPO POLÍTICO 

O assessor do Diap ressalta que o tempo político de PL dessa natureza é este ano, considerando o ambiente de intensa polarização no Congresso e as eleições no próximo ano. “Se esse projeto não for aprovado em 2025, não será em 2026, pois em ano eleitoral e sob ambiente de confronto como o existente no Legislativo não será possível nem debater, o que dirá aprovar. É preciso aprovar neste ano, pois o governo sob Lula permitirá que seja sancionado. Se não for aprovado agora, texto com este escopo, só volta à discussão se for eleito ou reeleito alguém do campo progressista”, enfatiza.

 

AÇÃO SINDICAL E UNIDADE

De acordo com Verlaine, para aprovar o PL será necessário o máximo de profissionalismo do movimento sindical. “As confederações patronais também estarão incluídas no projeto. Todavia, é o movimento sindical que precisa dessa solução para sair da situação financeira caótica em que mergulhou com a Reforma Trabalhista”, destaca, lembrando que “o sindicalismo é demanda real dos trabalhadores brasileiros. Mas vai apenas existir, em grande medida, para fazer disputas econômicas nas categorias, sem desempenhar papéis mais relevantes na vida social e política do País”.

O jornalista defende concentrar forças e recursos, materiais e financeiros no embate. “Será preciso uma força-tarefa, que reúna dirigentes sindicais, parlamentares da bancada sindical, na Câmara e no Senado. Com a assessoria técnica do DIAP. Será imprescindível uma estrutura de comunicação para atuar antes, durante e depois de o projeto ser aprovado. Antes, para antecipar-se aos ataques e fake news, para que não ocorra o que ocorreu com o PL dos trabalhadores em plataforma. Durante, a fim de responder à altura os ataques que as mídias farão para derrotar o projeto. E, depois, porque essa batalha não se encerra com a aprovação do texto. Os inimigos do movimento sindical continuarão atuando para alterar ou revogá-lo — caso seja aprovado e sancionado —, no Congresso”, pontua.

Por fim, Marcos Verlaine enfatiza que o sucesso desse projeto, para atender demanda tão relevante, só terá êxito sob a unidade política do movimento sindical — centrais, confederações, federações e sindicatos — em torno dessa demanda. “A existência, minimamente digna da luta sindical, que tantos benefícios trouxe e traz para os trabalhadores, vai depender dessa compreensão objetiva e pragmática da luta e do momento político para aprovar essa demanda no Congresso”, conclui.


Fonte:  com informações do Diap - 29/01/2025


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