Após a grande mobilização realizada no dia 14 no Edisen e em outras bases administrativas do Sistema Petrobrás, a categoria petroleira volta a se manifestar nesta quinta-feira, 30, contra as medidas arbitrárias da Petrobrás que atingem em cheio quem está em teletrabalho. O ato principal será realizado no Edisen, sede da empresa no Rio de Janeiro, onde a FUP e a FNP se reúnem com os gestores para cobrar, mais uma vez, a negociação coletiva de um regramento para o teletrabalho, com cláusulas no ACT que garantam previsibilidade, segurança e transparência em relação à escala e às condições de trabalho.
A mobilização é mais uma etapa da luta unificada da categoria petroleira para pressionar a diretoria da Petrobrás a abrir o canal de negociação com as entidades sindicais. Os trabalhadores e as trabalhadoras estão deliberando estado de greve nas assembleias chamadas pela FUP e pela FNP. O indicativo está sendo aprovado por ampla maioria nas bases administrativas e também debatido nas setoriais com os trabalhadores das unidades operacionais, que têm se mostrado solidários à luta dos companheiros em teletrabalho. As assembleias serão concluídas nesta quinta, 30.
Desde que a Petrobrás implantou em 2018 um projeto piloto de trabalho remoto sem qualquer negociação prévia com os sindicatos, a FUP tem cobrado regras transparentes e coletivas, que evitem que os trabalhadores sejam prejudicados por decisões unilaterais da gestão. Foram várias as tentativas de negociar com a empresa regras de controle de jornada, escala e flexibilização do trabalho presencial, saúde e segurança, infraestrutura e condições de trabalho.
Durante a pandemia da Covid 19, quando a Petrobrás implementou o teletrabalho nacionalmente, a categoria petroleira aprovou, em julho de 2020, uma proposta de regramento coletivo durante o 18º Confup. Em pesquisa nacional realizada pela FUP naquele ano, mais de 90% dos entrevistados já apontavam a necessidade de regramento coletivo sobre os critérios de quem pode ou não estar em teletrabalho, de controle de jornada e de previsibilidade sobre o tempo de permanência.
As cobranças por regras negociadas para o teletrabalho foram reforçadas e enfatizadas em todas as campanhas reivindicatórias desde então, mas somente em 2023, após a mudança de governo e de gestão da Petrobrás, a categoria garantiu conquistas importantes, como o teletrabalho integral para empregados PCDs, com doenças crônicas e pais de PCDs, além da garantia do teletrabalho para os transferidos, com escalas presenciais nas unidades mais próximas de suas residências de origem. A empresa, no entanto, não avançou no estabelecimento de um regramento coletivo, como exigem as entidades sindicais.
As alterações unilaterais na escala do teletrabalho, impostas pela atual gestão da Petrobrás sem qualquer debate com os sindicatos, impactam a vida de milhares de pessoas, desestruturando famílias e abalando a saúde mental de diversos petroleiros e petroleiras. Mais do que nunca, é fundamental negociar um regramento coletivo para o teletrabalho que garanta previsibilidade, segurança e transparência aos petroleiros e petroleiras. A categoria seguirá mobilizada e firme na luta contra as arbitrariedades da empresa. Nem um passo atrás!