O Conselho de Representantes Regionais do Sindsep reuniu-se, na última sexta-feira (31/01), no auditório do Sindsep, para debater e programar o calendário de lutas para o ano de 2025 e a organização da Campanha Salarial Unificada.
No formato de roda de conversa, coordenada pela vice-presidenta, Luba Melo, ela antecipou que a iniciativa deste primeiro encontro visa a construção de uma campanha forte, com unidade e potente.
Ao saudar os CRRs no primeiro encontro do ano, João Gabriel Buonavita, presidente do Sindsep salientou a importância do recesso, para reabastecer as energias para um ano que aponta a uma conjuntura bastante dura, que exigirá unidade na luta. “Essa gestão reconhece o Sindsep como um sindicato combativo, que não silencia e faz os enfrentamentos o ano inteiro, portanto que somos adversários. Esse diferencial faz com que a tendência de ataques seja mais violenta a essa entidade. Acredito que acertamos ao esperar o pior da gestão. Achar que irão aliviar pra nós, virão de forma branda, se relaxarmos corremos o risco de não termos a reação necessária. O final do ano, com a aprovação do PL 826/24 [Lei 18221], contendo jabutis que atacam servidores(as) da educação, sem discussão prévia, demonstrou isso”, alertou o dirigente.
Lucianne Tahan, secretária de Formação do Sindsep, denunciou também a mudança de imóvel da UVIS Santa Cecília para local inadequado, que ameaça precarizar ainda mais a situação de trabalho e produzir o adoecimento de trabalhadores(as), em pleno período de avanço da dengue na cidade. “O Sindsep também passou o mês exigindo um protocolo de altas temperaturas para proteger todos(as) trabalhadores e não apenas da COVISA. Um plano de contingenciamento para as enchentes, porque os locais onde trabalhamos também alagam”, disse Tahan ao lembrar que a derrubada de 12 mil árvores para a implantação de um lixão não corresponde à propaganda “de cidade ideal” divulgada pela gestão na Conferência do Verde e Meio Ambiente.
Vários(as) dirigentes comentaram os problemas que vêm enfrentando no Serviço Público Municipal e reforçaram a importância de intensificar o diálogo com colegas servidores(as), mas com a população de modo geral, para ganhar volume e força na luta. Seja através de movimentos sociais, sindicais e espaços de participação, como conferências e conselhos, a mobilização é o único antídoto para resistir, avançar e conquistar vitórias.
Sergio Antiqueira, secretário-geral do Sindsep, emendou o cenário internacional onde o neonazismo/neofascismo é reforçado com a eleição de Donald Trump nos EUA, que certamente terá impactos em nosso dia a dia. “Na 2ª guerra mundial se atribuía aos judeus e comunistas a culpa dos problemas na Alemanha e agora são os latinos, os negros, a comunidade LGBTQIAPN+, as mulheres. Veremos muitos se apropriando desse discurso e teremos muito trabalho para desmistificar essa narrativa”, frisou, ao lembrar que o Sindsep buscará a unidade, mas sem esquecer das lutas e do processo de negociação que fizemos nas gestões do Haddad, para os níveis Básico e Médio, e do Kassab, “passando de R$ 3 mil para R$ 17 mil, no processo de reestruturação das carreiras de saúde e nível universitário”.
“Não caberá vacilos nosso no próximo período, necessitará de unidade não apenas das unidades, mas entre nós trabalhadores que estamos na ponta”, enfatizou Maciel Nascimento, secretário de Políticas para os(as) Trabalhadores(as) da Educação, ao lembrar que a Lei 18221 afeta a todos os profissionais da educação. Ele alertou para o novo fetiche da Secretaria de Educação: “Punir os trabalhadores que estão adoecidos, desconto nas férias, retirada do PDE, perda da Jeif”.
“São de 12 mil a 14 mil de readaptados na educação, de um universo de 66 mil servidores(as). É um quinto de pessoas adoecidas e muitos estão pedindo a reversão porque não podem perder R$ 2 mil no salário. Há um aceno de privatização de 50 escolas. Temos a necessidade de manter a categoria unida e mobilizada para enfrentar esse governo Ricardo Nunes 2, ainda mais complexo. A gestão mandou chamar de volta todos os servidores(as) que estavam há 10 anos, 20 anos, quem estava no STF, CGU e outros órgãos federais. Teremos que construir estratégias para impedir a divisão do movimento sindical para potencializar a nossa luta”, recomendou João Gabriel Buonavita, presidente do Sindsep.
Vlamir Lima, secretário de Imprensa e Comunicação e João Batista Gomes, secretário Jurídico, complementaram em suas falas os ataques aos aposentados e da mobilização para que o Congresso Nacional aprove os projetos em favor dos trabalhadores(as). “O caminho é mobilizar para que o governo federal mude o rumo. O combate à reforma da previdência tem que estar no eixo da campanha salarial”, assinalou João Batista.
Na sequência, quatro coordenadoras(es) falaram de suas experiências em seus locais de trabalho, na educação, Martinelli, Assistência e Desenvolvimento Social e Sistema de Vigilância em Saúde.
Após o almoço, os(as) coordenadores(as) regionais do Sindsep participaram de uma oficina de formação do Sindsep.