O Comitê Mundial dos Trabalhadores na Volkswagen da Alemanha esteve no Brasil na semana passada e se reuniu com representantes do Sindicatos do ABC, São Carlos e Taubaté, todos filiados à Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP).
A visita teve como objetivo um intercâmbio entre as entidades para troca de informações sobre as lutas, desafios e conquistas tanto na Alemanha quanto no Brasil. Daniela Cavallo, presidente do Comitê Mundial e Europeu dos Trabalhadores da Volkswagen; Dariusz Dabrowski, secretário-geral do Comitê; Kevin Koster, Christina Reitmeier, Martin Ackermann e Laura Heberle-Bosse, foram os representantes estrangeiros que estiveram nas cidades brasileiras.
No ABC, além dos dirigentes sindicais, o encontro contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. “Debater o futuro, previsibilidade, garantia de emprego e algumas inovações é uma luta comum a todos nós. É hora de dialogar sobre o futuro da marca, principalmente diante desse cenário de corrida tecnológica, eletrificação veicular e aumento da pressão dos chineses”, destacou o diretor administrativo do SMABC e representante do Comitê Mundial, Wellington Messias Damasceno.
Em São Carlos, a agenda incluiu a fábrica de motores da Volkswagen, a planta São Carlos, o Instituto Acorde e o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté, finalizando no Clube de Campo.
“Aqui no Sindicato temos o companheiro Júlio, dirigente sindical e trabalhador na Volkswagen, que acompanha as negociações de perto e o André da Comissão, sabemos da importância da organização dos trabalhadores e do papel fundamental da Comissão de Fábrica na Volkswagen, respeitamos esse modelo de organização, estamos sempre apoiando essa luta em defesa dos direitos e melhores condições de trabalho”, disse presidente do Sindicato, Vanderlei Strano.
Em Taubaté, o presidente do Sindmetau, Claudião Batista, também vice-presidente da FEM-CUT/SP, apresentou os 65 anos de história da entidade, destacando as lutas mais marcantes. Entre elas, o programa Autovisão, um projeto da Volks de 2003, que previa a demissão de cerca de 4 mil trabalhadores em Taubaté e de São Bernardo do Campo.
“Essa luta foi um aprendizado e resultou no crescimento dos dirigentes da entidade”, frisou Claudião. A eleição da atual diretoria, em 2017, também foi evidenciada pelo presidente do Sindmetau. “Iniciamos a reconquista da autoestima dos trabalhadores, voltamos com as assembleias na porta das empresas, enfim foi o resgate da organização da categoria.”
Claudião falou ainda sobre os recentes acordos firmados com a Volks, que resultaram em estabilidade e investimentos para as plantas da montadora no país. “Isso também é reflexo da nossa organização enquanto representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da VW.”