Notícia - Sem pressão popular, juros vão continuar subindo, alerta FEM-CUT/SP

Depois de aumentar a taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), ameaça continuar subindo a Selic. Ata da reunião do órgão, divulgada na terça-feira (4), aponta-se para previsão de subir em um ponto percentual da taxa na próxima reunião, que acontece em março.

A direção da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP) repudia o apontamento do Copom e enfatiza que a política praticada pelo órgão vem trazendo grandes prejuízos para o Brasil.

O presidente da entidade, Erick Silva, lembra que a alta nos juros afasta investimentos e, como consequência, prejudica principalmente a indústria brasileira, onde estão os metalúrgicos.

“A manutenção e ampliação dos postos de trabalho dependem de políticas públicas e programas que estão sendo realizados pelo governo federal e também dos investimentos feitos pelo setor privado. Com a Selic no atual patamar, investir no Brasil se torna muito caro e, com isso, há uma estagnação da indústria brasileira, podendo acarretar em desemprego”.

O sindicalista completa que a classe trabalhadora não pode pagar o preço pela irresponsabilidade dos membros do Copom.

“Os trabalhadores são a força que movimenta o mercado de trabalho e, consequentemente, a economia. Essa classe trabalhadora depende do crédito para consumir e, com os juros em alta, este consumo tende a diminuir, trazendo o fantasma da crise econômica que, além do desemprego, gera fome e miséria. Por isso, não podemos aceitar calados que o Banco Central continue atuando em favor do mercado financeiro e dos grandes empresários.”

Para Max Pinho, somente com movimentos de rua e nas redes sociais, realizados pela classe trabalhadora e por toda a sociedade, é que vamos mudar essa realidade.

“Desde Campos Neto no Banco Central, estamos nas ruas, nas portas das fábricas e nas redes, todos mobilizados na campanha pela redução dos juros. Não podemos deixar que essa situação continue como está. Agora, com o novo presidente, Gabriel Galípolo, temos que ampliar nossa luta e fazer com que nossas vozes sejam ouvidas para o bem do país.”

Ele completa que o movimento sindical está pronto para continuar o trabalho pela redução da Selic. “Temos levado essa discussão, junto dos sindicatos filiados à FEM-CUT/SP, para a porta das fábricas, mostrando para os metalúrgicos que essa política pesa no bolso de cada um e cada uma. Vamos continuar nessa luta, ampliando a mobilização até que os juros fiquem mais baixos”, finaliza ele.

Com a última decisão do Copom, que elevou a taxa básica de juros (Selic) para 13,25% ao ano, o Brasil segue em segundo lugar no ranking de maiores juros reais do mundo. Isso significa que, descontada a atual taxa Selic da inflação, o país tem juros reais de 9,8% e fica atrás apenas da Argentina, país no qual o patamar está em 9,36%. Os dados são do relatório do MoneYou.


Fonte:  FEM-CUT/SP com informações da Agência Brasil - 06/02/2025


Comentários

 

O Mundo Sindical e os cookies: nós usamos os cookies para guardar estatísticas de visitas, melhorando sua experiência de navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.