Notícia - Salário mínimo equivaleria a R$ 7.156,15 se Constituição fosse respeitada

Não é segredo para ninguém que no Brasil a força de trabalho em geral é submetida a uma superexploração pelos senhores capitalistas, com jornadas exaustivas, incluindo a desumana escala 6×1, e salários miseráveis, O salário mínimo real em nosso país é o segundo menor de um ranking de 31 países, de acordo com dados da OCDE. E nada menos que 38% dos brasileiros e brasileiras ganham no máximo um salário mínimo.

Não é o suficiente para sobreviver com dignidade e está muito longe de contemplar os preceitos da Constituição promulgada em 1988. De acordo com estimativas do Dieese, o valor do salário mínimo necessário para satisfazer as determinações da Carta Magna seria de R$ 7.156,15 em janeiro deste ano.

Mensalmente, o Dieese estima o salário mínimo necessário com base no valor da cesta básica mais cara e levando em consideração o que a Constituição estabelece, ou seja, que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família(com quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças que equivalem a um adulto) com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

O valor é 4,71 vezes maior que o mínimo vigente, de R$ 1.518,00.

A superexploração da força de trabalho transparece neste contraste entre o salário mínimo constitucional e o salário mínimo real, cuja valorização é obstruída pela reação extremada da burguesia brasileira, cuja conduta tem raízes no escravismo do período colonial.

Um dos motivos das pressões conservadoras que provocaram o suicídio de Getúlio Vargas em agosto de 1954 foi o reajuste de 100% promovido por seu governo sobre o salário mínimo, o que foi acompanhado da elevação do consumo e da produção industrial. O regime militar, em contrapartida, impôs uma redução do valor real do mínimo estimado pelos economistas em 21,7%.

Analistas a soldo da classe dominante, embriagados pelo neoliberalismo, consideram classe média assalariados que recebem R$ 3 mil reais, ou seja, menos da metade do salário mínimo necessário, Chega a ser bizarro, além de estúpido, mas é a concepção reinante, conveniente para as elites econômicas e adotada inclusive em alguns círculos do Palácio do Planalto.

Sensível aos sofrimentos e anseios da classe trabalhadora, o presidente Lula resgatou a política de valorização do salário mínimo, desprezada pelo golpista Michel Temer e abolida pelo neofascista Jair Bolsonaro.

A burguesia, em nome do “Deus Mercado”, reagiu com histeria esgrimindo o fantasma do “risco fiscal”, o que levou a um retrocesso na regra prevista originalmente para garantir o aumento real, que independentemente da variação do PIB ficou limitado a 2,5%.

A concretização  do espírito da lei vai sendo assim encaminhada às calendas gregas.

Cesta básica

O Dieese também divulgou nesta quinta (6) os dados de janeiro da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA). No primeiro mês de 2025, o custo da cesta básica aumentou em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo órgão.

As cestas mais caras foram verificadas em São Paulo (R$ 851,82), Florianópolis (R$ 808,75) e Rio de Janeiro (R$ 802,88). As mais baratas em Aracaju (R$ 571,43), Recife (R$ 598,72) e João Pessoa (R$ 618,64).

Confira a pesquisa completa no site do Dieese.


Fonte:  CTB - 07/02/2025


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