Reunidos em plenária na sede da Nova Central Sindical de Trabalhadores no Estado de São Paulo (NCST/SP), na manhã de segunda-feira (17), diretores assistiram palestras sobre: Conjuntura Política e Econômica, os Principais Desafios do MSB - Movimento Sindical Brasileiro, a participação e organização nos eventos no 1º semestre de 2025 – 8 de Março – Dia Internacional das Mulheres e 1º de Maio – Dia Internacional do Trabalho.
Victor Pagani, Diretor de Relações Sindicais do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, palestrou sobre os índices positivos, negativos da economia brasileira em 2024 e alertou sobre os riscos de instabilidade política e econômica com as medidas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que apresentou um novo critério para a taxação global que pode impactar diretamente o Brasil.
Disse que o debate econômico em 2025 provavelmente continuará pautado pela agenda fiscal e o PIB – Produto Interno Bruto brasileiro deve registrar crescimento menor em 2025; a inflação deve ficar acomodada dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional; o Mercado de Trabalho deverá continuar aquecido e o aumento real de 2,5% do SM – Salário Mínimo estimulará bons resultados nas negociações coletivas deste ano.
No processo de mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras nas Campanhas Salariais, deve-se incorporar temas gerais e não apenas corporativos como: Redução da Jornada de Trabalho e Fim da Escala 6x1 (“Vida Além do Trabalho”); a ampliação da faixa de isenção do IR – Imposto de Renda para até 5 mil; combate a alta do Preço dos Alimentos; os impactos das Mudanças Climáticas e transição (COP 30) e a necessidade da regulação do Financiamento Sindical.
Andréia Galvão, pesquisadora e professora da Unicamp – Campinas, em sua palestra ressaltou sobre a importância do MSB – Movimento Sindical Brasileiro na defesa dos interesses da classe trabalhadora, do seu enfraquecimento após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e as políticas antisíndicas dos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) que trabalharam em sintonia para eliminar direitos sociais e trabalhistas.
Afirmou que a representação sindical, perante seus representados, tem perdido relevância, enfrentado dificuldades para organizar e mobilizar suas bases. E que essas dificuldades são organizativas, político-ideológicas e têm fundamentos estruturais e conjunturais, sendo que sua crise não significa seu desaparecimento, nem ausência de resistência e novos desafios surgirão à ação coletiva, o que exigirá um repensar do trabalho de representação.
A professora indicou dois obstáculos estruturais à ação sindical: o Mercado de Trabalho historicamente desestruturado, com grande incidência de trabalho informal e precário (fenômeno típico da periferia do capitalismo) e às características da estrutura sindical corporativa, ancorada na Unicidade Sindical, que estimula o monopólio da representação, definição de categoria profissional/enquadramento sindical, financiamento garantido até 2017.
Também apontou obstáculos conjunturais como: a ofensiva neoliberal; às várias reformas trabalhista, da previdência, administrativa; a privatização de estatais; os impactos objetivos e subjetivos das novas formas de organização e gestão da força de trabalho; mudanças tecnológicas com trabalho controlado por plataformas digitais (“uberização”), teletrabalho, inteligência artificial; aumento da terceirização e do trabalho temporário, dentre outras mudanças estruturais.