Foi lançada nesta terça-feira (18), na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a Frente Parlamentar em Defesa da Água, presidida pela deputada estadual Dani Balbi (PCdoB). A iniciativa é uma articulação conjunta do Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento do Rio de Janeiro (Sintsama-RJ) e da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RJ), com o objetivo de fortalecer a luta contra o desmonte da CEDAE, os ataques aos direitos dos trabalhadores do setor e a precarização dos serviços após a concessão da companhia a empresas privadas.

A criação da Frente Parlamentar surge em um momento de grave crise no abastecimento de água no estado, agravada pela onda de calor extremo que castiga a população, especialmente nas favelas, periferias e na Baixada Fluminense. Nessas regiões, a falta d’água é uma realidade cotidiana, resultado direto da privatização da CEDAE em 2021.

Com o rompimento de adutoras e a gestão ineficiente das empresas concessionárias, que priorizam o lucro em detrimento do abastecimento igualitário, milhares de pessoas são afetadas pela escassez hídrica e pelos aumentos abusivos das tarifas. “O Rio de Janeiro enfrenta uma onda de calor extrema, e quem mais sofre são as populações das favelas, periferias e da Baixada Fluminense. Nessas regiões, a crise se agrava ainda mais devido à falta d’água, consequência direta da privatização da CEDAE. O rompimento de adutoras e a gestão dessas empresas, que priorizam o lucro em vez do abastecimento igualitário, têm prejudicado especialmente as áreas mais pobres do estado. O cenário é alarmante, e vidas já foram perdidas por conta desse descaso”, afirmou Paulo Sérgio Farias, presidente da CTB-RJ.

A deputada estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ), que também é presidenta da Comissão de Trabalho da Alerj, destacou que a Frente Parlamentar será um espaço permanente de articulação e resistência contra as tentativas de ampliação da privatização da CEDAE e o desmonte do saneamento público. A deputada reforçou que a concessão da companhia à iniciativa privada não trouxe os avanços prometidos e resultou em uma situação ainda mais precária para os trabalhadores do setor e para a população fluminense.

Para Paulo Sérgio Farias, a luta contra a privatização é urgente e precisa ser intensificada, pois o governo Cláudio Castro segue tentando aprofundar o processo de desmonte da CEDAE com a abertura de capital da companhia. “A CTB-RJ vê nessa frente de luta um espaço fundamental para protestar, reivindicar direitos e ampliar o debate sobre os impactos da privatização. O objetivo é fortalecer a mobilização contra a tentativa do governador Cláudio Castro de abrir o capital da CEDAE, agravando ainda mais o problema. A experiência da privatização em 2021 mostrou que a promessa de melhorias não se concretizou. O abastecimento de água não foi ampliado, a distribuição não se tornou mais eficiente e os problemas continuam afetando tanto as áreas mais pobres quanto as mais ricas. Diante desse caos, é essencial unir forças e buscar todo apoio possível para barrar essa nova tentativa de mercantilizar um serviço essencial. Água é um direito, não mercadoria!”, destacou o dirigente sindical.