Notícia - Trabalhadores da Akaer denunciam atraso no pagamento de salários, FGTS e plano de saúde

A Akaer, fábrica da zona leste de São José dos Campos, é alvo de diversas denúncias de seus trabalhadores. A empresa não pagou os salários de fevereiro e não deposita o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) há dez meses. Além disso, os metalúrgicos e suas famílias não conseguem utilizar o convênio médico, que está bloqueado por falta de pagamento.

A contradição é que a fábrica, do setor aeroespacial, tem divulgado na mídia que está em expansão. No ano passado, a Akaer conquistou status de Fornecedora Global de Nível 1 e fechou uma parceria internacional para produzir a estrutura de um avião português.

Além disso, desde 2023, a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), empresa pública ligada ao governo federal, investe na Akaer para o desenvolvimento de um novo lançador de satélites. Ao fim do contrato, o investimento chegará a R$ 185 milhões. Porém, tanto lucro não se reflete nas condições de trabalho e nos direitos dos funcionários.

A Akaer sequer tem restaurante, o que obriga os empregados a levarem marmitas de casa. A falta de um espaço que ofereça refeições é incompatível com o tamanho da empresa, já que até fábricas de pequeno porte da região possuem refeitório.

Recentemente, a Akaer chegou a propor a compra da Avibras, como integrante de um consórcio de empresas e fundos de investimentos. A maior indústria de Defesa do Brasil, localizada em Jacareí, está em recuperação judicial desde 2022, e os trabalhadores permanecem em greve pelo pagamento de 23 salários atrasados.

“A grande ironia dessa proposta é a Akaer querer comprar a Avibras, uma fábrica maior que ela mesma, mas não pagar os salários e direitos de seus trabalhadores”, avalia o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região Sérgio Henrique Machado.

Conforme os ataques aos empregados crescem na Akaer, o Sindicato intensifica sua atuação na linha de frente com os trabalhadores. 

“Não podemos aceitar que uma empresa em expansão, como a Akaer, atrase salários e FGTS e deixe os trabalhadores e suas famílias sem convênio médico. Com a precarização das condições de trabalho e o desrespeito a direitos básicos, uma greve é a única saída para combater esses abusos”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos / Foto: Roosevelt Cássio - 17/03/2025


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