Reunidas em Curitiba na Plenária da Confederação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira, CONTICOM, lideranças sindicais de diversas regiões do país compartilharam estratégias exitosas na negociação coletiva.
Dentre os destaques está a negociação por empresa.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Pesada do Paraná, Raimundo Ribeiro, a estratégia não exclui a Convenção Coletiva, mas possibilita que as empresas sejam tratadas conforme seu verdadeiro potencial econômico.
Outra experiência importante se refere às campanhas salariais unificadas. No estado de São Paulo, por exemplo, a Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário, FETICOM/SP, unifica as pautas, promove ações mobilizatórias conjuntas e realiza a negociação de uma convenção única que é assinada por todos os sindicatos filiados.
Para o advogado trabalhista Vinícius Cascone, a negociação coletiva é o ápice da ação sindical, mas é preciso planejar outras ações de apoio e divulgação dos resultados.
“Não basta negociar um excelente acordo se não soubermos comunicá-lo. A comunicação com as bases precisa ser atualizada sempre com objetivo de alcançar o maior número de trabalhadores e trabalhadoras e ampliar o apoio da base ao sindicato”, frisou Cascone.
Crescimento do setor
Depois de um intenso período de retrocesso econômico, o ramo da construção e materiais de construção dá importantes sinais de recuperação impulsionado principalmente por programas federais como PAC e Minha Casa, Minha Vida.
O economista do Dieese, Sandro Silva, expôs dados sobre a recuperação econômica do setor e chamou atenção sobre os reflexos da reforma trabalhista de 2017 nos postos de trabalho. De acordo com o economista, a precarização nas relações de trabalho como terceirização, pejotização, entre outros elementos, reduzem a qualidade dos empregos.
“Após a reforma de 2017, o número de trabalhadores não celetistas tem aumentado significativamente e isso gera impactos diretos na organização, sindicalização e abrangência dos acordos e convenções coletivas”, expôs o economista.
O evento
A Plenária Nacional da CONTICOM conta com a participação de mais de 70 lideranças do ramo da construção e da madeira das regiões sul, sudeste, centro-oeste e nordeste que representam 20 sindicatos de base.