O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) em evento com empresários, na última sexta-feira (28), disse que a isenção o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para quem tem renda até R$ 5 mil mensais será um fracasso porque vai taxar os mais ricos.
“Quando se faz esta escolha, ‘vou abrir mão de desta base de pagantes, que é o que a maioria dos países faz, e vou apostar em outra coisa, em tributar o capital’, isso destrói a poupança e o investimento. É um contrato com o fracasso”, disse no evento Arko Conference 2025, promovido pela Arko Advice e Galapagos Capital, publicou a CNN.
O pensamento neoliberal de Tarcísio de que as propostas que “abrem mão” de tributos e transferem imposto ao capital, penaliza os mais pobres e a classe média, já que segundo projeções do governo Lula, autor da proposta, serão beneficiados com a isenção quem ganha até R$ 7 mil mensais pelo escalonamento da tabela do Imposto de Renda.
Um estudo do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mostra que a isenção vai colocar no bolso de cada trabalhador mais de R$ 4 mil reais ao ano.
Leia mais Clique aqui e veja na página 12 da Nota Técnica do Dieese com quanto cada contribuinte será beneficiado anualmente com a isenção.
Críticas aos benefícios sociais e elogios a Milei
O governador de São Paulo também criticou a ampliação de benefícios sociais do governo federal.
“Eu tenho programas sociais explodindo e aumentando o estoque com BPC, Bolsa Família. A gente não está dando a porta de saída, não está emancipando ninguém e a gente vai ficar cada vez mais limitado”, disse.
Dando continuidade à defesa de que os pobres que paguem a conta em crises econômicas, Tarcísio elogiou ainda a política econômica de Javier Milei na Argentina. Ele afirmou que, apesar da impopularidade das medidas, Milei conseguiu reduzir a inflação e aumentar o crescimento econômico do país, o que é no mínimo controverso. O último dado do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país, publicado no dia 19 de março deste ano, mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina reduziu em 1,7% em 2024.
Milei também pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI), um empréstimo de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 115,3 bilhões), apesar dos cortes feitos em investimentos sociais e nas aposentadorias do povo argentino.
Os dados do Indec mostram que a pobreza na Argentina registrou um enorme salto nos primeios seis meses de Jvier Milei, que chegou ao poder em dezembro de 2023: aumentou mais de 11 pontos desde o segundo semestre de 2023. Na prática, isso significa que mais de 5 milhões de pessoas passaram a viver em situação de pobreza no primeiro semestre deste ano. Destas, 3 milhões estão em situação de indigência (ou seja, não têm o suficiente para comer).Trata-se do maior aumento da pobreza nos últimos 20 anos.
Com informações do Jornal Opção e BBC