Notícia - CSB repudia fala de Armínio Fraga: congelar salário mínimo é condenar milhões à miséria

Ex-presidente do Banco Central durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, Armínio Fraga defendeu o congelamento do salário mínimo por seis anos para equilibrar as contas públicas. Ele deu a declaração no último sábado (12) durante a Brazil Conference, evento realizado neste fim de semana na Universidade Harvard e MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Cambridge, nos Estados Unidos.

Fraga comentava sobre os gastos da Previdência Social que, segundo ele, estão piorando “assustadoramente”. Conforme disse, há um desequilíbrio nas contas que tende a piorar tanto devido ao envelhecimento da população, quanto pelas regras da Previdência, que ele considera que precisam ser refeitas novamente. Porém, enquanto as regras não são reformuladas, o ex-presidente do BC considera que seria “mais fácil” congelar o salário mínimo por seis anos.

“Eu acho que precisa de uma reforma grande. Uma boa já seria, provavelmente a mais fácil, congelar o salário mínimo em termos reais. Seis anos congelados já ajudaria”, disse.

O salário mínimo é utilizado como referência para o piso das aposentadorias e de outros benefícios previdenciários e sociais, como o abono salarial, o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o Bolsa Família. Em parceria com as centrais sindicais, o governo Lula retomou a Política de Valorização do Salário Mínimo – congelado durante o governo Bolsonaro sem qualquer benefício para a economia e para a população.

A valorização do salário mínimo tem sido uma das grandes responsáveis pela melhoria na renda das famílias e o crescimento do PIB registrado nos últimos dois anos, além de ser a mais efetiva política pública de distribuição de renda e redução da desigualdade.

Por meio de seu presidente nacional, Antonio Neto, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) repudia a fala de Armínio Fraga e denuncia sua inconsistência. Confira:

“Arminio Fraga propôs congelar por 6 anos o ganho real do salário mínimo. É sempre assim: quando o assunto é cortar direitos dos mais pobres, os porta-vozes do sistema financeiro aparecem com fórmulas “técnicas” e supostamente “inevitáveis”. Mas quando se trata das isenções fiscais bilionárias para os ricos ou dos quase R$1 trilhão anuais gastos com juros da dívida pública, aí o silêncio reina.

Fraga não tem autoridade moral nem técnica para falar em sacrifício do povo. Quando presidiu o Banco Central, herdou uma inflação de 1,66% e entregou uma de 12,53%. O desemprego disparou, o crescimento econômico foi medíocre e o país foi afundado em um tripé macroeconômico — câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário — que há mais de 20 anos sufoca o desenvolvimento nacional.

É hora de parar de tratar Arminio Fraga como um especialista neutro. Seus resultados falam por si. Sob a fachada de equilíbrio fiscal, defende um projeto onde o povo sempre paga a conta — enquanto os verdadeiros privilegiados seguem intocados.

Congelar o salário mínimo é condenar milhões à miséria. O Brasil precisa de mais justiça social, não de receitas fracassadas que servem aos mesmos de sempre.

Antonio Neto, presidente nacional da CSB”


Fonte:  CSB - 14/04/2025


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