Aconteceu nesta quarta-feira (23), na sede da SPUrbanuss, a primeira reunião de negociação com o setor patronal para tratar da Campanha Salarial 2025, com o lema “Juntos Somos Fortes. Unidos, Imbatíveis!”.
Membros da diretoria plena e representantes da coordenação de mulheres do transporte levaram para a mesa de discussão as pautas específicas sobre as condições de trabalho e vida das mulheres na categoria, que hoje é formada para mais de 7 mil companheiras distribuídas nos setores de operação (motoristas e cobradoras), manutenção, fiscalização e administração.
Os representantes citaram a presença de cláusulas preexistentes, que constam na Convenção Coletiva de Trabalho, mas não aplicadas pelas empresas, tornando-se “letras mortas”. “São benefícios importantes e conquistados na luta, com impacto positivo na vida das companheiras, se cumprido. Por isso, pedimos atenção ao nosso pedido para resolver esta questão”, destacou a secretária da Mulher do Sindicato, Edna Andrade.
Dentre as reclamações, trazidas pelas mulheres nas garagens, estão o auxílio-creche. A entidade, por conta disso, pediu ao patronal a adequação das empresas à Lei 14.457 de 2022, em vigor desde 2023, “Emprega + Mulheres”, que trata da regulamentação do reembolso creche destinado a colaboradores mães e pais com filhos de até 6 anos, permitindo o pagamento de despesas com creche, pré-escola ou outros serviços similares. A empresa é obrigada a informar sobre esse benefício aos colaboradores e não pode condicioná-lo a prêmios ou vantagens.
A Lei 14.457/2022 também destaca uma série de ações necessárias ao bem-estar e empoderamento das companheiras, como qualificação profissional, combate aos assédios moral e sexual a partir da adequação da CIPAA nos locais de trabalho, igualdade de gênero, diversidade, valorização profissional, dentre outras.
“A adequação neste processo é essencial e benéfica para ambos os lados. As trabalhadoras são valorizadas e protegidas, e as empresas ganham incentivos por adotar suas práticas nos locais de trabalho”, afirmou o secretário de organização e relações do trabalho, juventude e pessoas com deficiência, Nailton Francisco de Souza (Porreta).
O patronal foi cobrado quanto ao cumprimento de outras cláusulas importantes: “convênio para compra de material escolar para os filhos” e “tratamento a filhos portadores de deficiência”. Apesar de importantes e necessárias, as referidas cláusulas da CCT, não possuem efeito prático, pela falta de implantação das empresas.
A presidente do SPUrbanuss, Sônia Maria Garcia Mistrello, receptiva às nossas demandas, prometeu encaminhar as reivindicações e problemas existentes para avaliação do conselho de administração da entidade, que congrega empresários do setor por ônibus urbano na cidade de São Paulo.
“As cláusulas discutidas na reunião estão renovadas automaticamente, conforme acordo na Campanha Salarial do ano passado. Se por um lado é uma grande conquista, elas necessitam de ajustes e cumprimento imediato, senão o prejuízo é da companheira que batalhou mas não pode usufruir. Vamos corrigir esta injustiça!”, destacou Edna.
Na próxima segunda-feira, dia 28 de abril, haverá a segunda reunião entre as partes para discutir as pautas relacionadas à Saúde e Segurança no Trabalho e Meio Ambiente. Também estão agendadas conversas sobre as reivindicações do Setor de Manutenção, PPR e Reajuste Salarial e Índices de Impacto Econômico, respectivamente, cujas datas serão informadas pelos canais oficiais do Sindicato.