Os trabalhadores da unidade Faria Lima da Embraer, em São José dos Campos, repudiaram a fórmula da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) imposta pela empresa e aprovaram aviso de greve por um valor maior.
A decisão é de assembleias realizadas nesta terça-feira (29). Com isso, o Sindicato vai pressionar a empresa pela abertura do processo de negociação.
No modelo atual, os empregados da Embraer recebem uma PLR de, no máximo, 125% do salário. Este cálculo é deliberado pela empresa e “negociado” por uma comissão controlada pelo RH (Departamento de Recursos Humanos), sem a participação do Sindicato, que é o legítimo representante dos trabalhadores.
Em 2024, as receitas da Embraer foram as maiores de sua história: R$ 35,4 bilhões, o que corresponde a um aumento no lucro de 700% em relação a 2023. Apesar disso, os trabalhadores, responsáveis por esses números, recebem valores desiguais, que não correspondem aos ganhos obtidos no período.
“A Embraer não é justa com seus trabalhadores, que, desde o último ano, mantêm a empresa em sua melhor fase da história. Batemos todas as metas possíveis em 2024 e, no modelo atual, receberemos apenas 125% do salário como PLR, de forma desigual”, protesta o trabalhador da Embraer e diretor do Sindicato Robson Peres de Araújo, o Corotinho, que também é candidato à Cipa na fábrica.
“Caso a empresa destinasse apenas 2% da receita do ano passado para pagar a PLR, já seria o suficiente para repassar cerca de R$ 35 mil para todos os funcionários, distribuídos igualmente. Por isso, o Sindicato vai pressionar para negociar com a empresa por valores mais altos e que correspondam aos lucros obtidos. Enquanto isso, os trabalhadores seguem mobilizados em estado de greve”, explica o diretor do Sindicato e metalúrgico da Embraer Herbert Claros, que conduzirá as negociações.