Namíbia, país do continente africano com mais de 2 milhões de habitantes, ganha uma voz importante e que representa os trabalhados do país.

A sindicalista Justina Jones se torna membro do Parlamento e sem seu discurso inaugural, em 9 de abril, ela pediu que o governo da Namíbia finalizasse a modernização das leis que incluem a Lei do Trabalho, a Lei da Previdência Social e a Lei de Ações Afirmativas para garantir o cumprimento pelos empregadores. Além disso, ela disse que o trabalho da comissão de equidade no emprego deve incluir igualdade de gênero e trabalhadores sub-representados. Ela também convocou o governo que “assegure que as greves legais sejam respeitadas e que os trabalhadores não percam renda ao exercer seu direito constitucional de greve em busca de uma negociação coletiva justa”.

Justina é do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos da Namíbia e é deputado pelo partido SWAPO. Ela já trabalhou em trabalhos formais e informais como vigilante, vendedora de comida de rua e cabeleireira, e é sindicalista ativa desde 2003 chegando ao cargo de secretária-geral da entidade.

Ela também atuou no departamento de educação do sindicato, onde implementou programas sobre saúde e segurança, direitos dos trabalhadores’, igualdade de gênero e fez campanha pelo emprego dos jovens e salários dignos.

Justina apoiou os planos de declaração orçamental nacional para criar 500 mil empregos, proporcionar educação e cuidados de saúde de qualidade, acesso equitativo à terra, habitação e saneamento e erradicação da pobreza.

Ela esteve envolvida em campanhas para a ratificação da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para acabar com a violência e o assédio no mundo do trabalho. Em 2020, a Namíbia se tornou o primeiro país africano a ratificar a Convenção. Desde então, ela está envolvida em campanhas para implementar políticas de local de trabalho conforme a recomendação 206 da OIT (Recomendação de violência e assédio).

“Eu sou uma representante dos trabalhadores. Por muito tempo, as vozes dos trabalhadores desapareceram no órgão legislativo do estado, portanto, muitos projetos de lei foram aprovados no parlamento que às vezes comprometiam os direitos dos trabalhadores. Com a minha experiência do mundo do trabalho, vou garantir que projetos de lei que são debatidos durante o meu mandato como MP considerarão trabalhadores vozes”, falou Justina.

O secretário regional da África Subsaariana do IndustriALL, Paule France Ndessomin comemora a eleição de Justina para o parlamento da Namíbia.

“Comemoramos a eleição de Justina Jonas para o Parlamento da Namíbia. Trata-se de uma dupla vitória para as vozes operárias e para a representação das mulheres nos legislativos da África. Ela é um exemplo brilhante do sucesso de nossas campanhas regionais pela igualdade de gênero e avanço da liderança feminina.”

A presidente Netumbo Nandi-Ndaitwah é a primeira mulher a se tornar chefe de Estado da Namíbia. Mais de 50% de seu gabinete é composto por mulheres. A vice-presidente é Lucia Witbooi e oito dos 14 ministros são mulheres. O Parlamento da Namíbia também tem mais de 40% de parlamentares mulheres sentadas na casa, enquanto Saara Kuugongelwa-Amadhila, a presidente do Parlamento, é uma mulher.