O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região apresentou para a Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), vinculada ao Ministério de Defesa, uma pauta de reivindicações que possibilitam abrir caminho para a retomada das operações da Avibras Indústria Aeroespacial, localizada em Jacareí (SP). A pauta foi discutida em reunião, nesta sexta-feira (9), em Brasília.
No encontro, o Sindicato defendeu que, como forma de manter a fábrica em atividade, o governo federal volte a investir na Avibras, com a reativação de contratos vigentes e a assinatura de novos.
Em discussões anteriores, representantes do governo afirmaram que não poderia ser feito o aporte, enquanto a Avibras estivesse sob comando de João Brasil Carvalho Leite, proprietário da fábrica.
Na mira da Brasil Crédito
A Brasil Crédito Gestão Fundo de Investimento e Direitos Creditórios protocolou um plano para a possível retomada das atividades da Avibras e oficializou interesse em sua aquisição. Se isso se concretizar, o Sindicato cobrará o governo para que cumpra o que foi dito anteriormente, já que João Brasil seria destituído do cargo.
Sobre isso, os representantes da Seprod afirmaram que o governo federal pode voltar a investir na Avibras, caso haja produção e seja constituída uma nova empresa pela Brasil Crédito
Na reunião, a Seprod foi representada pelo coordenador geral do Departamento de Promoção Comercial, Arthur Diniz Marra, e pelo secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues. O Sindicato foi representado pelo presidente, Weller Gonçalves, e pelo diretor Robson Andrade Floriano.
Empresa em crise
A Avibras está em recuperação judicial, tem uma dívida de aproximadamente R$ 1,5 bilhão e acumula 25 meses sem pagar salários aos trabalhadores. Entre seus credores estão o governo federal e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Socioeconômico).
“O Sindicato defende a estatização da Avibras, mas se o governo não pretende adotar essa medida, é preciso ao menos garantir subsídio para que a empresa volte a produzir e os trabalhadores recebam seus salários e direitos”, afirma Weller Gonçalves.