A União Geral dos Trabalhadores (UGT), representada por seu presidente Ricardo Patah, marcou presença em um dos mais importantes encontros sindicais das Américas. No dia 13 de maio, em Punta Cana, na República Dominicana, a UGT participou da plenária que antecedeu o 5º Congresso da Central Sindical das Américas (CSA), reunindo mais de 350 sindicalistas de diversos países do continente — da América do Sul ao Caribe.
O evento foi muito mais que um momento de debate: foi um chamado à ação. Num cenário internacional em que os direitos dos trabalhadores vêm sendo desafiados por modelos de gestão precarizantes e por governos que tentam enfraquecer o sindicalismo, o encontro se tornou um espaço vital de resistência, solidariedade e articulação política.
A UGT, como uma das principais centrais brasileiras, reafirmou seu compromisso com a luta coletiva e com o fortalecimento da organização sindical em nível continental. Durante a plenária, temas centrais foram colocados em pauta — como a preservação da Amazônia, a necessidade de renovação e abertura dos sindicatos para a juventude, e os efeitos negativos da terceirização sem responsabilidade social.
Um dos relatos mais impactantes veio da Federação Única dos Petroleiros (FUP), que destacou a grave situação vivida por trabalhadores terceirizados nas plataformas da Petrobras. Hoje, cerca de 50% da força de trabalho é terceirizada, com baixos salários, sem plano de saúde e submetida a longas jornadas. “Denunciamos esse modelo exaustivamente no governo passado, mas não houve resposta. Agora, com uma nova gestão na Petrobras, há um compromisso de rever essa prática e garantir condições dignas para todos os trabalhadores”, destacou o representante da FUP.
“Nós, da Federação, denunciamos essa prática diversas vezes no governo anterior, mas nada foi feito. Agora, a nova direção da empresa, neste novo governo, se comprometeu a cobrar das terceirizadas medidas para regularizar essa situação”, afirmou.
Outro ponto que chamou atenção foi a preocupação com o afastamento dos jovens do movimento sindical. A baixa participação da juventude foi apontada como um entrave na luta contra a desinformação — especialmente as fake news impulsionadas por governos conservadores que tentam deslegitimar a atuação dos sindicatos. Trazer os jovens para o centro do debate é essencial para garantir a renovação, a inovação e a continuidade da luta por direitos em uma nova era do mundo do trabalho.
A plenária também foi espaço para denúncias importantes sobre a repressão à organização sindical em diversos países da região. Segundo os relatos apresentados, praticamente todos os países da América do Sul enfrentam ataques ao movimento sindical. “No Panamá, por exemplo, as empresas repassam a contribuição dos trabalhadores para os sindicatos, mas o governo a direciona ao Ministério do Trabalho. Muitas entidades estão sem condições de pagar os salários de seus funcionários devido a essa prática governamental”, denunciou um dos representantes presentes.
O encontro evidenciou que, mais do que nunca, é preciso unidade internacional, firmeza política e solidariedade entre os trabalhadores para enfrentar os desafios que se impõem no atual cenário. A UGT reforçou que continuará atuando em rede com outras centrais do continente para defender os direitos, a democracia e o papel dos sindicatos na construção de um mundo mais justo.