Os metalúrgicos da Seatrium (Estaleiro Jurong Aracruz), no Espírito Santo, aderiram em massa à greve deflagrada nesta segunda-feira (12), após aprovação do edital na semana passada, diante do prolongado descumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Entre os compromissos assumidos e não cumpridos estão a correção das chamadas discrepâncias salariais – casos em que trabalhadores antigos recebem menos do que novos contratados para a mesma função – além da promoção para quem tem mais de cinco anos na empresa e a realização de avaliações periódicas, todas firmadas em negociação coletiva.

A categoria também cobra o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a ampliação do restaurante (que não comporta o número de trabalhadores), e condições dignas no ambulatório e nos banheiros, que seguem em número insuficiente, gerando indignação entre os trabalhadores. A precarização das condições de trabalho é visível e constante.

Nesta etapa da mobilização, paralisaram os trabalhadores diretos da Jurong. Já os empregados das terceirizadas aprovaram o edital de greve nesta segunda-feira, e iniciarão oficialmente o movimento paredista na quarta-feira (14). Com a força da paralisação desta segunda-feira (12), o acesso foi impedido às dependências, impossibilitando a continuidade dos serviços, inclusive dos terceirizados.

A categoria está exausta do desrespeito. A Seatrium tem descumprido de forma sistemática o ACT, inclusive os termos firmados em mediação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-ES) no ano passado.

A postura da empresa é inaceitável. Casos de pressão, agressão a trabalhadores, dormitórios em condições caóticas e outras violações têm sido denunciados com frequência.

“É grave, é criminoso e será combatido. A empresa precisa entender que não está acima da lei. O Acordo Coletivo de Trabalho é um instrumento legal e precisa ser respeitado. A luta por dignidade, respeito e condições de trabalho decentes não será silenciada. O Sindimetal-ES permanece firme ao lado da categoria, defendendo seus direitos”, afirma o diretor do Sindimetal-ES, Roberto Pereira.