O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam com veemência a ação da Polícia Militar de São Paulo que, na manhã desta quarta-feira (14 de maio), impediu jornalistas de diversos veículos de comunicação de exercerem seu trabalho na Favela do Moinho, na região central da capital paulista.
Mesmo com autorização expressa de uma moradora, um repórter da Ponte Jornalismo foi impedido de entrar na comunidade. Um repórter do jornal Brasil de Fato também foi abordado e intimidado pela PM durante a tentativa de realizar a cobertura — há inclusive vídeo registrando a ação.
Impedir a entrada de jornalistas em áreas públicas ou comunitárias constitui uma grave violação da liberdade de imprensa, liberdade essa que é garantida pela Constituição Federal. O que está em curso é uma tentativa inaceitável de impedir a documentação e a divulgação de possíveis abusos cometidos pela PM nesta desocupação em particular, e nos territórios periféricos em geral.
A Favela do Moinho, historicamente marcada por violações de direitos, sofre mais uma vez com o apagamento da realidade por parte de um Estado que tenta controlar a narrativa à força — retirando e reprimindo moradores e moradoras com o uso de cassetetes, gás, armas pesadas e censura. Além de atacar a comunidade local e os(as) profissionais de mídia, o governo Tarcísio de Freitas cerceia o direito da população paulista de ser informada sobre o caso.
A pressa do governo estadual em desapropriar a área, sem garantir moradia digna às famílias no entorno desse mesmo território, revela uma política que favorece a gentrificação, a especulação imobiliária e a expulsão da população pobre da cidade para regiões distantes. Além de atropelar os direitos fundamentais de moradoras e moradores da Favela do Moinho, agora o governo ataca também o exercício do jornalismo profissional.
O SJSP e a Fenaj exigem do governo Tarcísio de Freitas e da Secretaria de Segurança Pública explicações imediatas e a garantia de acesso irrestrito da imprensa às áreas de interesse público. É dever das autoridades garantir a segurança dos(das) jornalistas — ao invés de obstruir, cercear e ameaçar o exercício do jornalismo.
O SJSP e a Fenaj colocam-se à disposição de todas e todos jornalistas que tiverem seu trabalho cerceado pela PM. Seguiremos acompanhando o caso e tomando todas as medidas necessárias para proteger os profissionais e o livre exercício do jornalismo.
São Paulo, 14 de maio de 2025
SJSP | Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Fenaj | Federação Nacional dos Jornalistas