Os metroviários de São Paulo comemoram dupla conquista neste mês de maio, data-base da categoria. Quarta, dia 21, os trabalhadores aprovaram o acordo coletivo da categoria e, na mesma data, inauguraram o Eclat (Espaço da Classe Trabalhadora), que amplia a sede atual, à rua Padre Adelino, 90, Belém, SP.
Pelo acordo firmado, o reajuste da categoria foi de 5,01%, que é o IPC-Fipe cheio. A nova Convenção vale por dois anos. Todas as suas cláusulas foram renovadas. Para o ano que vem, a Convenção garante, pelo menos, a reposição da inflação acumulada.
Outra conquista é o pagamento de Abono Salarial, no total de R$ 2,5 mil. Pagamento sem duas parcelas, de R$ 1.250,00 cada.
Camila Lisboa, presidente do Sindicato, celebra o acordo e destaca sua importância para as lutas que estão por vir. “Graças ao trabalho firme da categoria, não admitimos nenhum ataque à nossa Convenção Coletiva. Essa renovação também cumpre um importante papel na luta contra a privatização, pois sabemos que a precarização costuma ser utilizada pra justificar as concessões à inciativa privada”, argumenta.
Doação – Assembleia com casa lotada, dia 21, aprovou também destinar um ponto percentual dos 5,01% negociados ao Metrus, Instituto de Seguridade Social da categoria – que também engloba um plano de saúde específico para os metroviários e dependentes.
No detalhamento das negociações, ficou definido que a Companhia do Metrô atualizará os salários de 33 técnicos, acabando com a desigualdade salarial.
O encerramento do acordo coletivo se deu poucos dias após um acidente fatal em linha privatizada. A luta contra a privatização e a precarização decorrente tem sido bandeira permanente do Sindicato dos Metroviários de SP. Outro esforço da direção sindical é o combate ao assédio sexual e moral.
Sede – Em 2021, o governo Doria tomou a antiga sede dos Metroviários de São Paulo, no Tatuapé. Com ações judiciais, manifestações e tentativa de tombamento, o Sindicato lutou pra reaver o edifício, que acabou leiloado a uma construtora. Categoria não se deu por vencida e, em 2023, adquiriu o terreno da nova sede, no Belém.
“A inauguração do novo Espaço da Classe Trabalhadora é motivo de muito orgulho. Superamos um ataque grave e arbitrário do governo Doria. Como disse o grande Pepe Mujica, nenhuma derrota é definitiva. Com muita organização coletiva, superamos essa dificuldade e agora o Eclat está aberto a todos os trabalhadores”, diz a dirigente.
Base – Entre empregados diretos e indiretos, a Companhia do Metrô ocupa cerca de sete mil. As linhas privadas têm outras datas-bases e, portanto, negociações diferenciadas.
São Paulo já dispõe de seis linhas de metrô, 91 estações e 142 quilômetros de trilhos. Por dia, das 4h40 até meia-noite, seus vagões transportam mais de quatro milhões de passageiros.
Afora as questões gerais da negociação coletiva, o Sindicato também atua pontualmente. É o caso do setor de manutenção, que está na mira da terceirização. Por ser considerado vital à operação do sistema, o Sindicato pleiteia a dilatação desse prazo, buscando uma solução negociada. Um caso específico, sobre o qual o Sindicato persiste, é no retorno do operador de monotrilho – a uma altitude de 15 metros. Perigosa, portanto, em caso de travamento do veículo.