A UNI Américas expressa seu total apoio aos sindicatos de toda a região, que enfrentam uma crescente ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e o comportamento antissindical do Banco Santander. Da Argentina ao Peru, passando pelo Brasil, Chile e Uruguai, trabalhadores do setor financeiro relatam demissões, precarização do emprego, terceirização abusiva e uma política sistemática de assédio e perseguição sindical.
Na Argentina, a Asociación Bancaria declarou estado de alerta e mobilização nacional, denunciando uma estratégia deliberada de redução de pessoal e violações da convenção coletiva 18/75. O sindicato acusa o banco de realizar demissões disfarçadas, pressionar trabalhadores a se demitirem e reprimir protestos por meio do uso de policiais e tabeliães que identificam trabalhadores participando de manifestações.
No Brasil, os sindicatos enfrentam um aumento na terceirização, especialmente no setor de tecnologia, resultando em demissões e informalidade. Em São Paulo, uma ação sindical pacífica foi violentamente reprimida pela polícia — um sinal claro da resposta cada vez mais autoritária do banco à organização dos trabalhadores.
No Peru, as práticas antissindicais do Santander incluem ignorar decisões judiciais que garantem a comunicação do sindicato com seus associados. Os sindicatos relatam discriminação sistemática contra trabalhadores filiados por meio de metas de vendas mais altas, acesso reduzido a bônus por desempenho e notificações irregulares de demissões do sindicato — interferindo na vida interna da organização.
No Chile, sindicatos relatam demissões arbitrárias, pressão trabalhista, terceirização e uma postura hostil à organização sindical. No Uruguai, o banco adotou uma posição antitrabalhista com os trabalhadores do Crédito de la Casa e do Creditel, recusando-se a negociar salários decentes e tentando impor cortes em direitos existentes.
“Não podemos mais tolerar o comportamento do Santander na América Latina. Nossos sindicatos estão enfrentando conflitos em todos os países onde o banco opera”, disse Guillermo Maffeo, Diretor Regional da UNI Americas Finance. “Convocamos uma reunião de emergência da Rede Sindical Global do Santander, que será realizada na sede da La Bancaria, em Buenos Aires, para definir um plano de ação e protesto”, acrescentou.
A UNI Américas insta o Banco Santander a pôr fim imediatamente às suas práticas de ajuste, precarização e perseguição, e a retomar o diálogo social genuíno com os representantes dos trabalhadores em todos os países onde opera. Apelamos também às autoridades nacionais para que defendam os direitos trabalhistas e protejam aqueles que sustentam o sistema financeiro diariamente.