Notícia - Pelo fim dos despejos e da violência policial, 10 mil tomam as ruas de São Paulo

Uma multidão de de negros e negras, mulheres, crianças e homens moradores das periferias e ocupações da cidade de São Paulo, tomaram as ruas do centro de São Paulo, na tarde da quarta-feira (11), para mandar um recado direto aos governantes.

A política de despejo praticada contra os pobres, bem como a violência policial responsável por um verdadeiro genocídio da juventude negra, não serão mais aceitos. É a Campanha Despejo Zero, que mais uma vez mostrou sua força ao colocar 10 mil pessoas nas ruas.

A CSP-Conlutas e o movimento Luta Popular, filiado à nossa Central, estiveram na linha de frente da mobilização que teve início na Praça da República e foi percorrendo um caminho encontrando prédios públicos que se relacionam com a luta pela moradia.

A primeira parada foi na prefeitura de Ricardo Nunes (MDB). Lá, formou-se uma comissão de moradores de ocupações que exigiu ser recebida para discutir a política de despejos, bem como entregar um ofício exigindo respostas das autoridades. 

O mesmo seguiu ocorrendo nos demais prédios visitados: Secretaria de Segurança Pública do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ministério Público e  Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). 

“Este ato é muito importante, porque todo governo, municipal, estadual e federal, perceba que nós nao estamos sozinhos. Aqui é unidade de ação. A gente faz luta juntos. Se uma cair, todos vão pra cima”, afirma Vanessa Mendonça, da Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

A companheira Vanessa também atua pelo Luta Popular e é moradora da Ocupação dos Queixadas, que está com risco iminente de despejo e em campanha para que o prefeito Kauan Berto assine a regularização da área.

“Nós estamos falando de um estado com meio milhão de famílias que podem ser despejadas. Na cidade tem 50 mil pessoas em situação de rua. Todo esse absurdo é pra garantir a especulação imobiliária”, completa. 

Números assustam

Os dados evidenciados pela companheira Vanessa contam parte de uma história triste vivida por milhares de paulistas sem teto. Atualmente, 126 mil famílias vivem com o medo de serem jogadas na rua a qualquer momento.

São 315 mil mulheres, que na maioria dos casos, são as únicas responsáveis por mais de 86 mil crianças. Em todo estado, são 686 comunidades que podem ser despejadas pela política de morte aplicada contra os mais vulneráveis. 

“Nós da CSP-Conlutas viemos apoiar este ato, uma vez que a política de Tarcísio e de Nunes é higienista. Eles estão escolhendo quem pode e quem não pode ter direito a moradia. Ao trabalhador só resta resistir”, afirma Silvana Garcia, da Executiva Estadual São Paulo.

Campanha Despejo Zero

A Campanha Despejo Zero ganhou notoriedade em 2020, quando ainda no contexto da pandemia mobilizou milhares de pessoas em todo o país contra os despejos em meio à crise sanitária mundial.

Após a violência na Favela do Moinho, região central de São Paulo, os movimentos sociais voltaram a se organizar sob esta bandeira. Agora, novos atos contra o despejo e a violência policial já estão sendo planejados. 

Fora Derrite

Parte importante da mobilização também foi a exigência da saída imediata do secretário de segurança do estado de São Paulo, Guilherme Derrite.  A Campanha Fora Derrite, encabeçada por nossa Central pode divulgar os materiais durante a caminhada.

A demissão de Derrite é parte das exigências que visam barrar a escalada da violencia policial em São Paulo. Sob o comando do governador Tarcísio, os casos de morte por PMs já aumentaram mais de 60%.


Fonte:  CSP-Conlutas - 12/06/2025

 

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