Para repor as perdas inflacionárias dos últimos anos, foi definido por unanimidade que a reivindicação de reajuste para a campanha salarial 2025/2026 será de 10%. A deliberação foi na noite desta terça-feira (17), durante a assembleia geral convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Leopoldo e Região (STIMMMESL), na sede da entidade.
O reajuste de 10% repõe o poder aquisitivo do salário dos trabalhadores, perdidos entre 2019 e 2024, período em que aumentou consideravelmente o custo de vida no Brasil. Entre as outras reivindicações estão o fim do teto para o reajuste, o piso salarial de R$ 2.101,41, vale alimentação de R$ 815,57 (correspondente ao valor atual da cesta básica de acordo com os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – Dieese), sem vínculo com assiduidade.
“Temos que avançar e precisamos de muita luta e união para isso, pois é uma caminhada que vamos fazer. Nós não vamos para a mesa retirar direitos, mas todos os anos tem essa ameaça. Há anos os patrões querem retirar o quinquênio e o auxílio estudante, por exemplo”, disse o presidente do STIMMMESL, Valmir Lodi.
Diferente de outros sindicatos da região que já estão em campanha salarial, a data-base dos metalúrgicos da base do STIMMMESL é 1º de julho. E Valmir informou que nas negociações que já estão em andamento, os trabalhadores estão enfrentando a intransigência dos patrões que ofereceram índices baixos.
“Vamos ter que conquistar o aumento real, que para nós, vale muito. A inflação representa as nossas perdas, por isso a importância do aumento real. E esse ano, precisamos de muito apoio e mobilização dos trabalhadores nas portas de fábricas”, enfatizou Valmir.
A assessoria jurídica do Sindicato acompanhou a assembleia.
Representação
Na assembleia também foram eleitos os delegados para as plenárias, estadual e nacional, da CUT e da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM-CUT), entidades representativas do Sindicato, que ocorrem ainda este ano.
O presidente da CNM-CUT, Loricardo de Oliveira, ressaltou a importância da Confederação nas lutas dos sindicatos, em todo o Brasil. “A gente apoia as campanhas salariais, vamos para Brasília pressionar os parlamentares à votar pelas pautas de interesse da classe trabalhadora, por exemplo. Participamos de acordos nacionais e internacionais, além de debates importantes que impactam a realidade dos trabalhadores brasileiros. E espaços como o da Plenária da CNM e da CUT servem para qualificarmos a nossa base e o nosso debate”, afirmou ele.
Simone Ribeiro Peixoto e Genilso Vargas da Rosa vão representar a categoria na Plenária da CNM/CUT. Tatiana Santana dos Santos e Roni do Carmo Rodrigues irão à Plenária Estadual da CUT-RS e Genilso Vargas da Rosa também é o delegado eleito para a Plenária Nacional da Central.
Redução da Jornada
O dirigente lembrou, ainda, o abaixo assinado pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salário que a CNM-CUT está promovendo em todo o Brasil. De acordo com ele, a data de entrega do abaixo assinado, em Brasília, será dia 13 de agosto.
“Precisamos mudar a configuração do trabalho no Brasil, reduzir essa jornada que tem adoecido e roubado vida dos trabalhadores brasileiros”, disse Loricardo.
No final da assembleia, o Sindicato distribuição camisetas da campanha pela redução da jornada aos presentes. Após a atividade, foi servido um salchipão aos trabalhadores.