Notícia - Campanha Salarial 2025: FEM-CUT/SP e sindicatos filiados iniciam mobilização com a categoria

“A mobilização da categoria vai dar o calor para nossa Campanha Salarial 2025”. Assim Max Pinho, secretário-geral da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), definiu o encaminhamento do encontro realizado pela entidade na manhã desta quarta-feira (25). A reunião foi realizada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Salto e Região e contou com a presença dos sindicatos filiados.

De acordo com Max, o ponto chave dessa fase da Campanha Salarial será o envolvimento e a participação dos sindicatos filiados e dos metalúrgicos e metalúrgicas nas bases em todo estado de São Paulo.

“Como tivemos em outros anos, a união e mobilização dos trabalhadores é fundamental. Vamos iniciar em breve as negociações com as bancadas patronais, que já estão com a nossa pauta de reivindicações, e temos que mostrar para os empresários que vamos lutar com firmeza pela nossa valorização salarial e pelos direitos das nossas Convenções Coletivas de Trabalho”, afirma ele.

 

Cenário econômico

No encontro desta quarta-feira (25), a economista Caroline Gonçalves, da subseção do Dieese da FEM-CUT/SP, fez uma apresentação detalhada do cenário econômico e político do Brasil atual, com dados e informações que são fundamentais para nortear as negociações da entidade com as bancadas patronais.

De acordo com ela, o cenário econômico é bastante desafiador apesar dos bons números, como o baixo índice de desemprego, que gira em torno de 7%, e do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), que apresentou uma expansão de 3,4% em 2024. Este ano, a indústria brasileira segue em ritmo de crescimento, com alta de 1,4% em 2025, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal, do IBGE.

Erick Silva, presidente da FEM-CUT/SP, destaca que os indicadores mostram o Brasil em plena recuperação econômica. “Temos um país no rumo certo, com investimentos e programas importantes sendo desenvolvidos, fazendo a indústria crescer e gerando emprego em todos os cantos. É esse cenário que temos que ter em mente na hora de negociar com a patrozada para cobrar a parte que temos direito por esses resultados positivos”.

 

Inflação é desafio

Mesmo assim, a economia brasileira enfrenta o pessimismo dos empresários e também dos consumidores, em parte por conta do alto índice inflacionário do Brasil. A recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 15% ao ano — o maior patamar desde 2006 — provocou duras críticas por parte da FEM-CUT/SP, que vê na política monetária um dos principais entraves à retomada do crescimento e ao fortalecimento do poder de compra dos trabalhadores.

A alta dos juros encarece o crédito, inibe o consumo e dificulta a geração de empregos, além de impactar as negociações salariais, e, por isso, é um dos eixos de luta da Campanha Salarial 2025.

“O aumento da Selic é um freio no consumo e uma agressão à classe trabalhadora. Quem perde com isso é o povo, que paga mais caro e vê o emprego ameaçado. Com inflação em alta, juros sufocando a economia e empresários sem disposição para negociar, só a pressão dos trabalhadores pode arrancar conquistas reais. É na mobilização que a gente garante salário digno e direito”, afirma Erick.

 

Pauta robusta

A Campanha Salarial deste ano defende uma pauta robusta, construída de forma democrática nas assembleias realizadas pelos sindicatos filiados. Entre os principais eixos estão: reposição integral da inflação com aumento real, redução da jornada de trabalho sem redução de salário, valorização das Convenções Coletivas de Trabalho, fim da escala 6×1, isenção de imposto de renda sobre salários e PLR e combate ao assédio no ambiente de trabalho.

As negociações com os grupos patronais começam no mês que vem e devem se estender até agosto. A expectativa da FEM-CUT/SP é assinar as Convenções Coletivas até setembro, mês da data-base da categoria.

A Federação representa cerca de 190 mil metalúrgicos em São Paulo durante a Campanha Salarial. “A participação ativa da base nas assembleias, nos atos e nas negociações será, segundo a entidade, decisiva para o sucesso da Campanha. A conjuntura é dura, mas a história mostra que só conquista quem luta. E essa luta é coletiva”, reforça Max.


Fonte:  FEM-CUT/SP - 26/06/2025

 

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