Com o avanço das privatizações nos serviços públicos, a CUT, demais centrais sindicais e movimentos que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizam, nesta sexta-feira, 27, o Ato Unificado Contra as Privatizações, Em Defesa do Funcionalismo e dos Serviços Públicos.
A atividade será às 15h, em frente ao Masp, na Avenida Paulista, 1.578, em São Paulo, e irá reunir trabalhadores e trabalhadoras da saúde estadual, professores e professores da rede estadual, juntamente com servidores de outras carreiras, além de metroviários, ferroviários, trabalhadores dos Correios e lideranças sindicais.
A data foi definida após uma reunião ampliada do Macrossetor do Serviço Público da CUT-SP com a participação de representantes de outras centrais que partilham das preocupações quanto aos danos que as privatizações, em especial nas áreas da saúde e educação, provocam tanta na carreira do funcionalismo como também no atendimento à população.
“Exemplos das desvantagens provocadas pelas privatizações são as linhas 8 e 9 de trens que eram operadas pela CPTM e passara para inciativa privada (Via Mobilidade), as concessionárias de energia elétrica com Enel na Capital, e mais recentemente a Sabesp”, lembra o professora Douglas Izzo, secretário de Administração e Finanças da CUT-SP e coordenador do Macrossetor do Serviço Público.
Para mobilização nas redes sociais antes e no dia do ato, as entidades organizadoras definiram em reunião utilizar a hashtag #NãoPrivatizaSP e esperam contar com o engajamento do funcionalismo e da população que é contra a privatização dos serviços públicos.
Saúde e educação realizam atividades antes do ato
Na saúde, as terceirizações dos serviços para as chamadas Organizações Sociais de Saúde (OSs) já existem em alguns setores, mas o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) avança para entregar a saúde pública para o setor privado.
Essa situação somada à sobrecarrega dos profissionais de carreira, o pagamento de apenas R$12 de auxílio-alimentação, retirada de direitos, achatamento dos salários e falta de condições dignas de trabalho, que prejudica trabalhadores e a população que precisa dos serviços, levou o Sindsaúde-SP a convocar uma assembleia com indicativo de greve, com concentração a partir das 11h do dia 27, em frente à Secretaria Estadual de Saúde (Rua Dr. Enéas Carvalho de Aguiar, 188, Cerqueira César – próximo à estação de Metrô de Clínicas da Linha 2-Verde). Após a Assembleia, os trabalhadores e as trabalhadores da Saúde seguirão em caminhada até o Masp.
Também às 11h, na Praça da República, em frente à Secretaria Estadual da Educação, a Apeoesp reunirá professores e professoras numa mobilização contra a atribuição de aulas em dezembro e em defesa da educação, da escola pública, das reivindicações e dos direitos da categoria. Depois, todos e todas se encontrarão na avenida Paulista, no Ato Unificado contra as Privatizações.
Luta contra a Reforma Administrativa
Além da luta contra as privatizações nos serviços públicos no estado de São Paulo, as entidades filiadas à CUT que compõe a Aliança das Três Esferas, aprovaram, na última segunda, 23, a convocação de uma Jornada de Lutas, de 1º a 14 de julho, contra a tentativa no Congresso Nacional de colocar em votação, sem o devido debate, uma reforma administrativa que requenta e retoma, em muitos aspectos, a famigerada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 32/20, proposta pelo ex-ministro da Economia Paulo Guedes do governo de Jair Bolsonaro (PL), que privatizava o serviço público.
Para ampliar a mobilização e fortalecer a unidade buscando o debate necessário sobre o tema, a Aliança das Três Esferas referendou um calendário de atividades e sinaliza a participação em atividades nesse período decisivo para os rumos da luta em defesa dos serviços públicos.
Por mais que haja a tentativa de dar um ar democrático ao Grupo de Trabalho (GT), criado pelo presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB), com a tarefa de apresentar um relatório final até o dia 14 de julho, as entidades representativas dos servidores federais, estaduais e municipais são unânimes em alertar: não se trata de uma reforma administrativa, é a demolição dos serviços públicos brasileiros.
A Aliança das Três Esferas alerta que a prioridade no momento deve ser o enfrentamento a essa tentativa de aprovar uma reforma administrativa a jato no Congresso Nacional. As entidades reforçam que ainda há muita mobilização e luta pela frente.
(com informações do Sindsaúde-SP, Apeoesp, CUT Brasil)