A Campanha Salarial vem ganhando força a cada dia com as assembleias nas fábricas, especialmente com as discussões que vão além das exigências de aumento real. Os metalúrgicos também estão entrando nos debates da política nacional e internacional e seus reflexos para a classe trabalhadora.
Esta semana, o Sindicato já organizou assembleias em nove fábricas: Embraer (Faria Lima e Eugênio de Melo), Domex, Parker Filtros, Ericsson, Ball, Gerdau, Delta Life e Winoa. Em todas elas, os metalúrgicos reafirmaram a pauta de reivindicações.
A pauta inclui 11% de reajuste salarial e ampliação de direitos, mas também reivindica o fim da escala de trabalho 6 x 1 e a revogação das reformas que reduzem direitos.
Ato contra o Congresso Nacional
A CUT e outros setores governistas preparam na última quinta-feira (10) manifestações contra o Congresso Nacional, inimigo dos trabalhadores. Um dos pontos que estão em discussão é o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Embora o Sindicato concorde que esse imposto recaia sobre uma parte dos ricos, o fato é que essa medida está longe de ser um enfrentamento aos bilionários ou garanta investimentos para atender as necessidades dos mais pobres.
Nas assembleias da última quinta-feira (10), o Sindicato mostrou aos metalúrgicos que não se pode defender o Congresso Nacional nem o governo Lula. As famílias brasileiras sofrem com salários desvalorizados, a inflação dos alimentos e os direitos atacados pelas reformas trabalhista e previdenciária, que Lula se recusa a revogar.
Trump contra os brasileiros
O Sindicato também criticou, durante as assembleias, a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros anunciada, nesta quarta-feira (9), pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A medida afeta diretamente a vida dos trabalhadores.
Um exemplo desse impacto está aqui mesmo na região. Logo após o anúncio feito por Trump, as ações da Embraer entraram em queda na Bolsa de Valores.
Trump justificou a medida como resposta a uma “suposta” perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A postura revela o objetivo do estadunidense em intervir no processo político brasileiro.
A CSP-Conlutas defende que o governo Lula tem o dever de adotar uma postura firme e não pode aceitar esse ataque à soberania nacional e aos direitos do povo.
“Lula deve agir imediatamente para proteger os empregos ameaçados e combater as ofensivas da extrema direita. Isso passa, inclusive, pelo fim da atual política econômica do governo, que está a serviço das regras do arcabouço fiscal e avança com privatizações e reformas neoliberais, que só aprofundam a dependência e a entrega de riquezas do país”, diz trecho de nota divulgada pela CSP-Conlutas.
“Seja quem estiver no poder, dentro do sistema capitalista a vida do trabalhador só piora. Por isso, nosso Sindicato é independente de todos os governos. O importante é fazer a luta contra os patrões, o governo e o sistema capitalista. O Sindicato continuará fazendo esse debate político com os trabalhadores”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.