Notícia - UGT participa do lançamento da Carta em Defesa da Soberania Nacional no Largo São Francisco

Na manhã do dia 25 de julho, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) participou do lançamento da Carta em Defesa da Soberania Nacional, em um ato histórico realizado no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. A atividade contou com a presença de diversos sindicatos filiados à UGT, representantes da sociedade civil, lideranças políticas, jornalistas, artistas e acadêmicos.

A UGT foi representada pelo dirigente sindical Josimar Andrade, que ressaltou a importância do momento para reafirmar o papel das centrais sindicais e das organizações civis na defesa da democracia e da soberania nacional:

“Este ato reforça a importância da organização e do comprometimento dos sindicatos por meio das centrais sindicais e da sociedade civil. Estarmos aqui, no Largo São Francisco — um símbolo da democracia brasileira — é extremamente significativo. Foi neste mesmo espaço que, durante as eleições, quando nossa democracia esteve ameaçada, realizamos um ato fundamental. Hoje, diante das ameaças à soberania nacional — como a tentativa de imposição de tarifas de até 50% por parte dos Estados Unidos — reforçamos que ninguém põe a mão na nossa soberania. É o povo brasileiro quem decide o rumo da nossa democracia.”

A cerimônia foi conduzida pelo professor Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP, que declarou com firmeza:

“Em uma nação soberana, quem dá a última palavra somos nós — somos 100% Brasil.”

Durante o evento, diversas personalidades se manifestaram contra as pressões externas dos EUA, que foram interpretadas como tentativas de influenciar a política brasileira e proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, envolvido na tentativa fracassada de golpe de Estado em 2023.

A UGT também realizou entrevistas com algumas das figuras presentes. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu destacou:

“Este movimento une brasileiros e brasileiras que defendem a pátria e a soberania. Não aceitamos a traição da família Bolsonaro.”

Já o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, relembrou sua relação com a faculdade:

“Participo desta instituição há mais de 50 anos, sempre nos momentos decisivos da história do país. Hoje, vivemos mais um desses momentos, diante de ataques graves ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, que cumpriu sua função constitucional ao impedir um golpe. Parabéns à UGT por estar presente. Sempre que foi necessário, eu e o companheiro Ricardo Patah estivemos juntos.”

UGT reafirma seu compromisso com a democracia, a soberania nacional e a luta pelos direitos dos trabalhadores brasileiros, unindo forças com todos os que defendem a independência do Brasil frente a ameaças externas e internas.

Para assinar a carta, que conta com o apoio de mais de 180 instituições, clique aqui.

 

Leia a íntegra:

"CARTA EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL

A soberania é o poder que um povo tem sobre si mesmo. Há mais de dois séculos, o Brasil se tornou uma nação independente. Neste período, temos lutado para governar nosso próprio destino. Como nação, expressamos a nossa soberania democraticamente e em conformidade com nossa Constituição.

É assim que, diuturnamente, almejamos alcançar a cidadania plena, construir uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e regionais e, ainda, promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Nas relações internacionais, o Brasil rege-se pelos princípios da independência nacional, da prevalência dos direitos humanos, da não intervenção, assim como pelo princípio da igualdade entre as nações. É isso o que determina nossa Constituição.

Exigimos o mesmo respeito que dispensamos às demais nações. Repudiamos toda e qualquer forma de intervenção, intimidação ou admoestação, que busque subordinar nossa liberdade como nação democrática. A nação brasileira jamais abrirá mão de sua soberania, tão arduamente conquistada. Mais do que isso: o Brasil sabe como defender sua soberania.

Nossa Constituição garante aos acusados o direito à ampla defesa. Os processos são julgados com base em provas e as decisões são necessariamente motivadas e públicas. Intromissões estranhas à ordem jurídica nacional são inadmissíveis.

Neste grave momento, em que a soberania nacional é atacada de maneira vil e indecorosa, a sociedade civil se mobiliza, mais uma vez, na defesa da cidadania, da integridade das instituições e dos interesses sociais e econômicos de todos os brasileiros.

Brasileiras e brasileiros, diálogo e negociação são normais nas relações diplomáticas, violência e arbítrio, não! Nossa soberania é inegociável. Quando a nação é atacada, devemos deixar nossas eventuais diferenças políticas para defender nosso maior patrimônio. Sujeitar-se a esta coação externa significaria abrir mão da nossa própria soberania, pressuposto do Estado Democrático de Direito, e renunciar ao nosso projeto de nação.

SOMOS CEM POR CENTO BRASIL!!"


Fonte:  UGT - 25/07/2025

 

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