Notícia - Comissão das Mulheres Metalúrgicas reforça luta e pedido por igualdade no Dia da Mulher Negra

Hoje, 25 de julho, é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Internacionalmente, é o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data, instituída no Brasil em 2012, tem por objetivo dar visibilidade às questões enfrentadas por essas mulheres, celebrar conquistas e cobrar políticas públicas.

A CSE na Apis Delta, em Diadema, Valéria da Silva, mulher negra, integrante da Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC, que constantemente discute o tema, lembrou que a luta atrelada ao racismo está longe de acabar, mas que é preciso seguir resistindo.

“A primeira coisa que temos que apontar é o racismo que sofremos. Gostaria muito de viver o fim do racismo, mas sabemos que esse dia ainda está distante. Porém, eu, enquanto mulher sindicalista, quero deixar para os meus filhos e netos que tentei, que lutei por isso. Deixei a minha parte na sociedade, pedindo um mundo melhor para eles”.

Valéria também comentou a preparação para a Marcha das Mulheres Negras, que será realizada em novembro, em Brasília. A Comissão se reuniu no último dia 12. “Foi um encontro muito bonito. É emocionante ver a vontade que essas mulheres têm de ir para a rua, de lotar Brasília, de dizer: ‘Ei, nós, mulheres negras, estamos aqui! Viemos cobrar respeito e igualdade’”.

 

Ocupar espaços

A trabalhadora na Rassini, em São Bernardo, também mulher negra, Rafaela Barbara de Almeida, ressaltou a importância da data e de ocupar os espaços. “O 25 de julho é uma data importante para mim, ainda mais agora, em 2025, que marco como um recomeço e a potência da resistência daquelas que vieram antes de mim, e saúdo as que ainda vão chegar. É símbolo de resistência quando falo na área metalúrgica que sou mulher preta, ganhando meu espaço como a primeira operadora de empilhadeira desse chão de fábrica”.

“A gente quebra paradigmas quando entra na sociedade para ocupar espaço com resistência, mostrando para outras mulheres que, sim, nós temos espaço de fala, temos nosso lugar para ser o que quisermos, onde quisermos. Quando imponho meu querer, minhas vontades, não só no chão de fábrica, mas também mostrando à sociedade que não quero menos do que mereço, e eu sei que mereço muito”, concluiu.

 

Feminicídio

Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados ontem, apontam que o número de feminicídios no Brasil atingiu o maior patamar desde 2015, quando esse tipo de crime passou a ser classificado legalmente. Foram 1.492 mulheres assassinadas por serem mulheres em 2024, sendo que a maioria das vítimas era negra (63,6%).



Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos do ABC / Foto: Adonis Guerra - 25/07/2025

 

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