Notícia - "Trabalhadores estão pagando a conta", aponta FEM-CUT/SP sobre os juros altos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta terça (29) e quarta-feira (30) para mais uma deliberação sobre a taxa básica de juros, a Selic, que atualmente está em 15% ao ano. A expectativa é de que o colegiado mantenha a taxa no patamar atual, conforme sinalizado na última ata, mas sem descartar novas altas, caso a inflação volte a subir.

Na última reunião, realizada em junho, o Copom promoveu o sétimo aumento consecutivo da Selic, elevando os juros em 0,25 ponto percentual, mesmo com sinais de desaceleração da inflação. A decisão reforça a continuidade do ciclo de política monetária restritiva, que tem como justificativa o cumprimento da meta de inflação — o principal objetivo do Banco Central.

Contudo, entidades sindicais têm criticado com veemência os impactos sociais e econômicos dessa estratégia, especialmente sobre a classe trabalhadora. Para a Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT/SP), os juros altos se tornaram um obstáculo direto à melhoria das condições de vida e de trabalho, além de comprometerem o crescimento econômico e o poder de compra da população.

“Estamos vivendo um momento em que os trabalhadores estão pagando a conta de uma política monetária equivocada. Os juros altos encarecem o crédito, travam o consumo e afetam diretamente a geração de empregos. Isso fragiliza a negociação coletiva e traz desafios na nossa Campanha Salarial 2025, onde buscamos a valorização dos metalúrgicos com acordos que garantam o poder de compra”, afirma Erick Silva, presidente FEM-CUT/SP.

A crítica à Selic elevada é um dos eixos centrais da Campanha Salarial 2025 dos metalúrgicos da CUT, que reivindica não apenas a reposição da inflação como também aumento real nos salários, valorização das cláusulas sociais e políticas que incentivem o crescimento com justiça social.

Max Pinho, secretário-geral da entidade, reforça que o papel dos sindicatos vai além das negociações salariais. “Precisamos denunciar a lógica dos juros altos como uma escolha política que penaliza os mais pobres e transfere renda para o setor financeiro. É nosso dever, como representantes dos trabalhadores, exigir uma política econômica voltada ao desenvolvimento e à inclusão.”

Mesmo com o recuo recente da inflação, o Banco Central segue inflexível em sua estratégia de juros altos, alegando incertezas no cenário econômico e riscos fiscais. A manutenção da Selic em níveis historicamente elevados — mesmo diante de uma economia ainda em recuperação — preocupa especialistas e sindicatos, que alertam para seus efeitos recessivos.

A FEM-CUT/SP, alinhada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), defende uma política monetária mais equilibrada e transparente, que leve em conta os impactos sociais das decisões do Copom. Para a entidade, o debate sobre a Selic precisa sair dos gabinetes e envolver toda a sociedade, especialmente os trabalhadores que sofrem as consequências diretas dessas decisões.

“Não é apenas um número técnico. A taxa de juros afeta o emprego, o salário, o consumo, a saúde financeira das famílias. Por isso, lutar pela redução dos juros é lutar por melhores condições de vida”, conclui Max.

A reunião do Copom desta semana será acompanhada de perto por sindicatos e movimentos sociais. A expectativa da FEM-CUT/SP é que a pressão da sociedade civil e das entidades de trabalhadores ajude a reorientar a política econômica para um caminho mais justo e sustentável.


Fonte:  FEM-CUT/SP - 29/07/2025

 

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