Captadores de vagas e atendentes das agências públicas de emprego de Mato Grosso do Sul participaram, na última terça-feira (22), de uma capacitação voltada ao enfrentamento da discriminação na contratação de pessoas egressas do sistema prisional. A ação integra o Projeto de Combate à Discriminação e Promoção da Igualdade no Trabalho, iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego coordenada pela Auditoria Fiscal do Trabalho do estado.
O evento aconteceu na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, em Campo Grande, e também prevê ações em outras cidades do interior. O principal objetivo é combater a discriminação no acesso ao emprego e ampliar as oportunidades para quem busca recomeçar a vida após cumprir pena.
De acordo com a rede de apoio local, atualmente há cerca de 970 egressos em Campo Grande com condições de inserção imediata no mercado formal. O projeto também busca firmar parcerias com o Sistema S para oferecer capacitação e qualificação profissional.
“Estamos falando de um público que já cumpriu sua pena e busca reconstruir sua vida de forma digna. O trabalho é um direito constitucional e, mais do que isso, é uma ferramenta de transformação social”, afirmou o superintendente regional do Trabalho do MS, Alexandre Cantero.
A capacitação abordou temas como direitos humanos, legislação antidiscriminatória e o papel do trabalho na dignidade da pessoa. A ideia é preparar os profissionais que atuam nas agências de emprego para lidar com esse público com respeito, empatia e compromisso com a inclusão.
O projeto começou em maio de 2025, na cidade de Ponta Porã, após a Secretaria Municipal de Assistência Social identificar dificuldades enfrentadas por egressos para conseguir trabalho. Desde então, conta com o apoio de várias instituições, como o Ministério Público do Trabalho, Agepen, Funsat e Funtrab.
Para a auditora-fiscal Priscila de Abreu, coordenadora da ação, o projeto está alinhado com compromissos internacionais assumidos pelo Brasil, como as Convenções 111 e 122 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), além dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). “A inclusão é um processo que beneficia toda a sociedade. Nosso foco é construir pontes entre os egressos e o setor produtivo”, explicou Priscila.
A próxima etapa do projeto prevê a sensibilização de empresas previamente selecionadas, que serão orientadas sobre a proibição de práticas discriminatórias e convidadas a participar desse esforço coletivo pela inclusão no mundo do trabalho.