Notícia - Tentativa da Embraer de acabar com home office e sistema híbrido é alvo de ação do sindicato

O Sindicato ajuizou uma ação coletiva na Justiça para garantir a permanência dos sistemas de trabalho em home office e híbrido, em vigor na Embraer desde a pandemia. A empresa anunciou que pretende interromper esses modelos a partir de 5 de janeiro de 2026, contrariando as reivindicações dos trabalhadores, já manifestadas em assembleia.

A ação coletiva foi protocolada na Justiça do Trabalho de São José dos Campos e engloba todos os trabalhadores das unidades da Embraer no município (fábricas da Av. Faria Lima, do distrito de Eugênio de Melo e da divisão Eleb Equipamentos).

Durante a pandemia da Covid-19, a Embraer aplicou o sistema de home office para 100% da fábrica. Após esse período de necessidade de distanciamento social, passou a adotar três tipos de trabalho remoto:

  • por demanda, ou seja, o trabalhador vai à fábrica apenas se houver necessidade ou convocação pela chefia;
  • presencial duas vezes por semana;
  • 100% home office.

Agora, a Embraer quer eliminar as três modalidades e retomar a jornada 100% presencial.


Rotinas reestruturadas

Na justificativa da ação, o Sindicato aponta que “os trabalhadores, conscientes dos avanços proporcionados por tal modalidade, reestruturaram suas rotinas e compromissos pessoais e profissionais, integrando o sistema híbrido e 100% remoto de forma definitiva em seu cotidiano laboral”.

A ação também ressalta que, nesse período, a Embraer realizou contratações que já previam o trabalho híbrido e 100% remoto.

A empresa anunciou, ainda, que a mudança virá acompanhada do fim do cartão Caju, no valor de R$ 900, concedido mensalmente como ajuda de custo para quem trabalha em home office.


Sem negociação

O Sindicato tentou negociar diversas vezes com a Embraer, mas a empresa sempre se recusou, demonstrando desrespeito aos trabalhadores. Em mediação realizada pela Gerência Regional do Trabalho e Emprego de São José dos Campos, em 12 de maio, o Sindicato se dispôs a apresentar uma proposta construída junto com os trabalhadores, mas representantes da empresa informaram que não havia possibilidade de negociação.

Diante da recusa da Embraer em abrir diálogo e de sua postura antissindical, a ação judicial reivindica a nulidade de qualquer alteração na jornada de trabalho nos modelos híbrido e 100% remoto.

“Essa decisão unilateral da Embraer é um retrocesso. Todos aqueles que estão cumprindo home office, seja no modelo híbrido ou 100% remoto, já adaptaram suas rotinas a esse tipo de jornada. Consideramos que esse é um direito adquirido e que a Embraer não pode simplesmente ignorar essa realidade”, afirma o diretor do Sindicato Herbert Claros.


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos / Foto: Roosevelt Cássio - 30/07/2025

 

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