Notícia - Cinco jornalistas da Al Jazeera são assassinados por Israel na faixa de Gaza

No sábado, 10 de agosto, um ataque das forças israelenses matou cinco funcionários da Al Jazeera, incluindo o jornalista Anas al-Sharif, o correspondente Mohammed Qreiqeh e os operadores de câmera Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa em um ataque direcionado a uma tenda que abriga jornalistas localizados fora do Hospital Al Shifa, na cidade de Gaza.

Em 11 de agosto, o fotojornalista freelancer Mohammed Al-Khaldi sucumbiu aos ferimentos, sofridos no ataque aéreo que teve como alvo a tripulação da Al Jazeera. A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) junta-se à sua afiliada, o Palestinian Journalists Syndicate (PJS), na condenação, nos termos mais fortes possíveis, do direcionamento deliberado de jornalistas. Eles também pedem aos Estados-Membros da ONU que adotem uma convenção internacional vinculativa para a segurança dos jornalistas.

Anas al-Sharif informava o “intenso e concentrado bombardeio israelense” nas áreas leste e sul da Cidade de Gaza até sua voz ser silenciada por um ataque aéreo israelense. Após esse ataque, os militares israelenses reconheceram em um declaração que alvejou e matou Anas al-Sharif, alegando que ele havia chefiado uma célula do Hamas e estava envolvido em ataques com foguetes contra Israel.

Em 24 de julho, Avichai Adraee, porta-voz de língua árabe do Exército Israelense, acusou o repórter da Al Jazeera, Anas Al-Sharif, de ser membro da ala militar Hamas. Três semanas depois, Al-Sharif e toda a equipe de mídia da Al Jazeera em Gaza estavam mortos

A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) recentemente condenou a campanha de difamação de Israel contra os jornalistas de Gaza, uma campanha que incluía alegações não comprovadas de serem cúmplices do terrorismo, e alertou que isso colocava suas vidas em risco. 

O Secretário Geral da FIJ, Anthony Bellanger, disse: "Depois de uma campanha difamatória contra os jornalistas de Gaza, Israel matou cinco funcionários da Al Jazeera em uma tenda que abriga jornalistas. O direcionamento deliberado de jornalistas é um crime de guerra e os líderes israelenses devem ser responsabilizados por suas ações hediondas. Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, esse assassinato deliberado de nossos colegas e somos solidários com todos os funcionários da Al Jazeera e nossos colegas que trabalham em Gaza em circunstâncias tão inaceitáveis”.

A Federação recorda a necessidade crítica uma convenção internacional sobre a segurança e a independência dos jornalistas e de outros profissionais dos meios de comunicação social, e insta os governos nacionais a adotá-la. “Os Estados-Membros da ONU devem apoiar uma convenção vinculativa no nível da ONU. Essa convenção deve proteger os jornalistas e garantir a responsabilização dos autores dos crimes contra os jornalistas,” completou Bellanger.

A FIJ reúne evidências sobre o alvo de jornalistas palestinos pelas forças israelenses desde outubro de 2023, com o objetivo de apresentar uma queixa ao Tribunal Penal Internacional (TPI). A FIJ e o PJS estavam entre as primeiras organizações a apresentar queixas ao TPI, em maio e setembro de 2022, a fim de exigir responsabilidade e justiça por crimes relacionados ao assassinato de jornalistas palestinos. 

Até o momento, pelo menos 180 jornalistas palestinos e trabalhadores da mídia foram mortos em Gaza desde 7 de outubro de 2023.

Aqui no Brasil, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) condenou os assassinatos dos funcionários da Al Jazeera dizendo:

“A Federação também denuncia a campanha de difamação promovida por autoridades israelenses contra jornalistas palestinos, que cria um ambiente permissivo para a violência e viola frontalmente a liberdade de imprensa.”

Leia a nota completa aqui.


Fonte:  Redação Mundo Sindical com informações da Federação Internacional dos Jornalistas / Foto: Omar Al-Qattaa / AFP - 11/08/2025

 

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