As obras de Belém (PA) foram paralisadas nesta segunda-feira (15), com aprovação de greve por tempo indeterminado, caso a patronal não atenda as reivindicações exigidas pela categoria. A decisão abrange o setor em Belém, Ananindeua e Marituba, em campanha salarial unificada.
As obras foram paralisadas, os operários e operárias se dirigiram à sede do seu sindicato e depois marcharam pelas ruas em direção à sede do sindicato patronal para cobrar negociação, o que não aconteceu. Em reposta, foi aprovada a greve por tempo indeterminado a partir de hoje (16/9) nas obras de Belém, Ananindeua e Marituba.
O que querem
A contraproposta dos trabalhadores, aprovada em assembleia, é de 9,5% de reajuste no piso salarial, cesta básica no valor de R$ 270, PLR de R$ 378, classificação para as operárias, aviso prévio indenizado e a manutenção de todas as cláusulas sociais. Contudo, os empresários do setor querem pagar míseros 5,5% de aumento no piso e R$ 10 de aumento na cesta básica que passaria de R$ 110 para R$ 120. É realmente revoltante!
Coordenador-geral do STICMB (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de Belém), filiado à CSP-Conlutas, Ailson Cunha, classificou a proposta patronal como desrespeitosa. "A nossa categoria está trabalhando sob sol e chuva para garantir essas obras da COP30, os patrões lucrando bilhões, e nós não conseguimos nem pagar nossas contas no final do mês, é por isso que os trabalhadores estão tão firmes e unidos. Há muita revolta", disse.
O setor da construção civil foi extremamente beneficiado com a realização das obras da COP30. Foram liberados de R$ 6 bilhões de investimentos do governo federal, estadual e municipal de Belém. Os lucros tem sido estratosféricos no setor.
Mas o sindicato da categoria não responsabiliza somente a patronal pela intransigência. Na semana passada foram protocolados ofícios solicitando que o prefeito de Belém Igor Normando e governador Helder Barbalho, ambos do MDB e aliados do governo Lula, cobrassem da patronal a negociação com o sindicato dos trabalhadores, mas nada foi feito nesse sentido. Ao invés de intervir no impasse, o governador preferiu colocar batalhões policiais nas ruas e anunciar mentiras na imprensa de que não houve paralisação nas obras da COP 30.
"O nosso objetivo é negociar, vamos ver até quando o governo Hélder manterá conluio com a patronal e negar a greve publicamente. É importante lembrar que os dias da realização da COP estão se aproximando", salienta o operário Atnágoras Lopes, da Secretaria Excutiva Nacional da CSP-Conlutas, que está em Belém contribuindo com a organização da luta dos aotrabalhadores e trabalhadoras a construção do Pará.
Todo apoio à greve na construção civil do Pará!