Operários e operárias da construção civil de Belém, Ananindeua e Marituba entram no quarto dia de greve e já aprovaram em assembleia na manhã desta sexta-feira (19) a continuidade da paralisação. A disposição é dobrar a patronal e conquistar as reivindicações, decisão tomada em frente à Assembleia Legislativa do Pará.
Mais uma empresa, que não integra o sindicato patronal, propôs um acordo de 8% de reajuste, aumentar a cesta basica dos atuais R$ 110 para R$ 210 e a PLR em 354 em duas parcelas. A categoria aprovou o acordo em assembleia para, que a partir dos acordos já fechados, possam apresentar na segunda-feira em reunião com a Justiça do Trabalho que é possível que todas as empresas aceitem a proposta da categoria.
Na manhã de quarta-feira (17), após reunião com o Sinduscon-PA, o STICMB (Sindicato dos Trabalhadores da Construção e Mobiliário), as empresas Vila Galé, GPE Prime, Normatel e demais terceirizadas que atuam em obras ligadas à COP 30 também propuseram acordo com validade de um ano, que garante conquistas importantes para os trabalhadores, como os 9,5% de reajuste nos salários; cesta básica; PLR de R$ 378,00 em duas vezes, aviso prévio indenizado, dentre outras, aprovado pelos trabalhadores e trabalhadoras.
Agora, o objetivo é continuar mantendo forte a mobilização para estender o acordo para toda a categoria, porque a greve está atingindo empreendimentos considerados estratégicos para a COP30, como a Vila COP, o Parque da Cidade e o complexo hoteleiro.
Para o coordenador geral do STICMB, Ailson Cunha, esse resultado é fruto da força da categoria e da organização sindical: “Essa vitória demonstra que, quando os trabalhadores cruzam os braços e o sindicato está na linha de frente, conseguimos avançar. Se a Vila Galé e as empresas terceirizadas da COP 30 puderam fechar esse acordo, as demais também terão que chegar ao mesmo patamar”, afirmou.
Patamar baixo
Após a mediação do Ministério do Trabalho e Emprego numa reunião entre o STICMB e o Sinduscom quando o sindicato patronal aumentou a proposta de 5,5% para 6% e cesta básica de R$ 120 para R$ 130, considerada ainda irrisória para o sindicato dos trabalhadores e para a categoria.
O Sindicato dos Trabalhadores entende que a patronal tem todas as condições de pagar o que vem sendo reivindicado. "Não possível que esses mais de R$ 7 bilhões destinados as obras da COP30 não incluam um salário e direitos decentes para os operários que constroem a estrutura para que o evento se realize", afirma o operário Atnagoras Lopes da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
O Sindicato também denuncia a anuência dos governos federal de Lula, estadual de Hélder Barbalho e municipal de Igor Normando que permitem essa exploração aos trabalhadores. "Essa verba bilionária para a preparação da COP30 aqueceu o mercado imobiliário e já reconhecem que conntuará aquecido mesmo após o evento, por isso não vamos aceitar essa superexploração e estamos denunciando essa anuência dos governos", ressalta Atnagoras.
Assim, já está decidida a manutenção da greve.