No dia 29 de setembro, a sede do Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e região recebeu um seminário que colocou em pauta dois dos principais desafios atuais da classe trabalhadora: a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1. O evento reuniu dirigentes sindicais, trabalhadores e convidados, contando com a presença do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) e do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Loricardo de Oliveira.
Durante os debates, foram destacados os impactos da longa jornada de trabalho na saúde física e mental dos trabalhadores, bem como os prejuízos causados pela escala 6×1, que limita o convívio social e familiar. Para o deputado Reginaldo Lopes, a pauta da redução da jornada é estratégica para o país: “Menos horas de trabalho significam mais qualidade de vida e a possibilidade de gerar novos postos de emprego, distribuindo melhor a riqueza produzida”, afirmou.
Já Loricardo de Oliveira ressaltou a importância da mobilização da categoria para conquistar avanços: “Essa é uma luta histórica do movimento sindical. Reduzir a jornada sem redução de salários e acabar com a escala 6×1 é fundamental para garantir dignidade e equilíbrio entre vida profissional e pessoal”.
O seminário também apontou experiências internacionais que já avançaram nesse debate e reforçou a necessidade de que sindicatos e trabalhadores estejam organizados para pressionar governos e empresas.
Geraldo Valgas, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e região destacou que a defesa da redução da jornada de trabalho continuará no centro das mobilizações da categoria: “Essa é uma pauta que dialoga com o futuro do trabalho e com a valorização da classe trabalhadora. Não abriremos mão dessa luta”, afirmou a entidade em nota.
Livro aborda história do Sindicato
Ainda no dia 29 de setembro, o Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e região realizou o lançamento do livro que marca os 90 anos de sua fundação. O evento reuniu dirigentes sindicais, trabalhadores, além de representantes de movimentos sociais e autoridades políticas, em uma noite de celebração da memória e da luta da categoria.
A obra, fruto de extensa pesquisa documental e de entrevistas com lideranças sindicais e trabalhadores, resgata a trajetória de nove décadas de organização, resistência e conquistas. Mais do que uma cronologia de fatos, o livro apresenta os principais embates que moldaram a história do sindicato, desde as primeiras greves, passando pela ditadura militar, até os dias atuais, sempre em defesa dos direitos e da valorização dos metalúrgicos.
Durante o lançamento, os presentes destacaram a importância de registrar em livro a memória coletiva da classe trabalhadora. Para as autoras, Marina Camisasca, Tayara Lemos e Carolina Dellamore, a publicação é uma forma de garantir que as novas gerações conheçam a força e a relevância do Sindicato: “Resgatar essa história é preservar um legado de luta que ainda inspira e orienta o futuro”, afirmaram.
O presidente do Sindicato também ressaltou o simbolismo da data: “São 90 anos forjados na luta. Este livro é um presente para os trabalhadores e para a sociedade, que precisa reconhecer o papel fundamental do movimento sindical na construção de direitos e de democracia”, disse Geraldo Valgas.
O livro, 90 Anos de Luta, Memória, História e Resistência, agora integra o acervo da entidade e estará disponível para trabalhadores, pesquisadores e interessados na história social e política de Minas Gerais. O lançamento reforça a importância de manter viva a memória de um dos sindicatos mais combativos e representativos do país.