Notícia - FECOSUL reforça defesa pela redução da jornada e fim da escala 6×1 em audiência pública na Assembleia Legislativa

Por iniciativa do deputado federal Elvino Bohn Gass (PT/RS) e com a participação do deputado Luiz Gastão (PSD/CE), foi realizada uma Audiência Pública no Plenarinho da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para discutir a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1, tema que mobiliza categorias em todo o país.

O encontro reuniu centrais sindicais, federações e sindicatos de diversas áreas, entre elas a FECOSUL e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), que reafirmaram seu apoio à aprovação do Projeto de Lei 67/2025, de autoria da deputada Daiana Santos (PCdoB/RS). A proposta garante dois dias consecutivos de descanso semanal e busca pôr fim ao modelo exaustivo que obriga trabalhadoras e trabalhadores a atuarem seis dias seguidos para apenas um de folga.

FECOSUL defende jornada digna e trabalho com qualidade de vida

Representando a CNTC e a FECOSUL, o presidente Guiomar Vidor destacou que a luta pelo fim da escala 6×1 é uma bandeira histórica dos comerciários e comerciárias. “Essa é uma luta pela dignidade humana. O comércio, como tantos outros setores, revela diariamente como a sobrecarga de trabalho prejudica a saúde, o convívio familiar e a vida social dos trabalhadores. Experiências internacionais mostram que reduzir a jornada é melhorar a produtividade e o bem-estar”, afirmou Vidor.

Ele também ressaltou que o movimento sindical tem papel central nesse debate: “Reduzir o tempo de trabalho é aumentar o tempo de vida. É permitir que as pessoas vivam com mais qualidade, participem da comunidade e tenham tempo para o lazer, o estudo e o cuidado com a família.”

Já Daniel Rockenbach, presidente do Sindicato dos Comerciários de Lajeado e dirigente estadual da CTB RS, afirmou que essa é uma pauta que faz bem a toda à sociedade.

O vice-presidente regional da FECOSUL, Cristian Fontella, que também é presidente do Sindicato dos Comerciários de Santo Ângelo, acentuou que os trabalhadores estão exaustos. “Trabalhamos cada vez mais e temos cada vez menos tempo — nem para descansar, nem para se qualificar. Presos a uma rotina desgastante, convivemos com salários defasados, jornadas exaustivas e com a dor de não podermos dedicar tempo à própria família. O fim da escala de trabalho 6×1 é urgente e necessário.”

Um debate nacional que avança

Durante a audiência, representantes de centrais e federações apresentaram dados e exemplos de países que já adotaram modelos de jornada reduzida sem redução salarial, comprovando que essa política traz ganhos sociais e econômicos — com mais produtividade, menos adoecimento e geração de novos empregos.

A FECOSUL reforçou que esse é um debate estratégico para o futuro do trabalho no Brasil, conectado às bandeiras do movimento sindical e às demandas populares expressas no Plebiscito Nacional. A entidade defende que a pauta seja transformada em uma campanha nacional unificada, em defesa da jornada reduzida, do fim da escala 6×1 e da valorização do trabalho decente.

“A luta pela jornada digna é uma luta por um novo projeto de país. Precisamos avançar para um modelo de desenvolvimento que coloque o ser humano no centro e supere a lógica da precarização que tanto adoece o trabalhador brasileiro”, concluiu Guiomar Vidor.


Fonte:  Fecosul - 06/11/2025

 

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