O nono artigo do dossiê “Fim da Escala 6×1 e Redução da Jornada de Trabalho”, organizado pelo Organizado pelo Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) em parceria com as centrais sindicais, destaca os “A promessa incumprida de mais tempo livre ao trabalhador”. O artigo é assinado por Leonardo Lani de Abreu.
O debate sobre a jornada de trabalho e o direito ao tempo livre é, desde o século XIX, uma das mais antigas e persistentes bandeiras do movimento sindical. No Brasil, a redução da jornada semanal para 44 horas, conquistada na Constituição de 1988, foi um marco que expressou a força da organização coletiva. Mas, passadas mais de três décadas, o avanço tecnológico e a produtividade recorde não se traduziram em mais liberdade, lazer ou qualidade de vida para os trabalhadores. Pelo contrário: a intensificação do trabalho, a precarização das relações laborais e a invasão do tempo livre pela lógica do lucro consolidaram uma realidade em que se trabalha cada vez mais — e se vive cada vez menos.
É nesse contexto que o artigo A promessa incumprida de mais tempo livre ao trabalhador, de Leonardo Lani de Abreu, propõe uma reflexão profunda sobre a apropriação do tempo pelo capital e sobre a urgência de ressignificar o trabalho a partir da perspectiva da liberdade humana. O autor parte de uma constatação marxista fundamental: sem tempo livre, não há emancipação possível. A liberdade real exige que homens e mulheres possam pensar, criar, estudar, conviver e participar da vida política — e isso só é viável quando o tempo não está totalmente submetido às exigências da produção e do consumo.
E reforça uma mensagem essencial: o capitalismo não é neutro, nem se corrige por si mesmo. As conquistas trabalhistas foram resultado de lutas coletivas, e somente a organização e a pressão social poderão assegurar o avanço civilizatório que o capital insiste em negar.
Leia aqui o artigo:
A promessa incumprida de mais tempo livre ao trabalhador