O décimo primeiro artigo do dossiê “Fim da Escala 6×1 e Redução da Jornada de Trabalho”, organizado pelo Organizado pelo Cesit (Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho) em parceria com as centrais sindicais, aborda “Considerações Sobre a Redução da Jornada de Trabalho: criação de postos de trabalho e aumento da produtividade dos trabalhadores e das trabalhadoras”. O artigo é assinado por Marilane Teixeira, Clara Saliba, Caroline Lima de Oliveira e Lilia Bombo, pesquisadoras vinculadas ao Instituto de Economia da Unicamp e ao CESIT.
O estudo busca qualificar o debate sobre os impactos econômicos da redução da jornada, contrapondo projeções alarmistas frequentemente divulgadas por setores empresariais e economistas de linha ortodoxa. Para as autoras, a discussão não deve ser tratada como um problema técnico restrito à produtividade, mas como uma escolha política e social que envolve qualidade de vida, saúde, educação, distribuição de renda e o futuro do trabalho no país.
Para demonstrar alternativas mais realistas, o estudo apresenta simulações com base em dados do IBGE. A hipótese mais plausível, segundo as autoras, combina ganho moderado de produtividade com abertura de vagas: um aumento de 4,02% na produtividade e a criação de 3,62 milhões de novos empregos manteriam o nível de produção mesmo com a adoção da jornada semanal de 36 horas e o fim da escala 6×1.
As autoras concluem que a redução da jornada não é uma ameaça à economia, mas um instrumento estratégico para enfrentar o desemprego estrutural, a precarização e a sobrecarga laboral. Para elas, experiências internacionais mostram que trabalhar menos pode significar produzir melhor, viver melhor e distribuir melhor o tempo e a riqueza socialmente gerada.
Leia aqui o artigo:
Considerações Sobre a Redução da Jornada de Trabalho:
criação de postos de trabalho e aumento da produtividade dos trabalhadores e das trabalhadoras