Notícia - Trabalhadores da Starbucks nos EUA realizam greve nacional

Mais de mil trabalhadores do Starbucks em todo o território estadunidense deflagram greve ontem, 13 de novembro, chamada de “Rebelião do Copo Vermelho” para alertar contra as práticas trabalhistas desleais, em protesto contra a política antissindical da empresa e sua recusa em finalizar um contrato sindical justo.

A paralisação começou com mais de 65 lojas em 40 cidades e ocorreu após seis meses de recusa da Starbucks em apresentar novas propostas para atender às reivindicações dos trabalhadores por melhores condições de trabalho, salários mais altos e a resolução de centenas de denúncias de práticas trabalhistas desleais.

“Estamos transformando a Temporada do Copo Vermelho na Rebelião do Copo Vermelho”, disse Dachi Spoltore, barista há cinco anos do Starbucks na cidade Pittsburgh, que aderiu à greve. “Estamos em greve por um contrato sindical justo, pela resolução de práticas trabalhistas injustas e por um futuro melhor na Starbucks. Para cada barista em greve, dezenas de outros aliados e clientes se comprometeram a respeitar o piquete e não comprar nada enquanto estivermos em greve”, explicou Dachi.

Funcionários de duas lojas não sindicalizadas em Chicago disseram que estão “acompanhando de perto a paralisação.” Um deles acrescentou que também esperam, eventualmente, sindicalizar suas lojas.

A greve não tem data para terminar e os trabalhadores de mais de 550 lojas atualmente sindicalizados estão preparados para intensificar os protestos e tornar esta a maior e mais longa greve da história da empresa, caso a Starbucks não apresente um contrato sindical justo e não resolva as acusações de práticas trabalhistas desleais.

“Se a Starbucks continuar a obstruir um contrato justo e a recusar-se a acabar com as práticas antissindicais, verão o seu negócio parar completamente”, disse Michelle Wisen, porta-voz do sindicato Starbucks Workers United e barista há 15 anos. “Sem contrato, sem café é mais do que um slogan – é uma promessa de interromper as operações e os lucros da Starbucks até que se conquiste um contrato sindical justo e acabe com as práticas desleais”, explicou Michelle.

Os trabalhadores já avisaram que a empresa sabe qual é a posição deles e eles exigem: um salário maior, melhores horários de trabalho e a resolução de questões legais.

As empresas nos Estados Unidos usam a tática de protelar a negociação ao máximo para desgastar os trabalhadores para que desistam de suas exigências.

Dando continuidade as práticas antissindicais, o CEO da Starbucks, Brian Niccol, se recusa a atender às reivindicações dos trabalhadores sobre questões cruciais como salários, falta de pessoal e – para muitos trabalhadores de meio período – horários de trabalho cada vez mais regulares.

As negociações, mesmo com a ajuda de mediadores, foram interrompidas há seis meses. Os trabalhadores, em sua campanha popular, auxiliados por organizadores e com o apoio jurídico do Starbucks Workers United, um sindicato de trabalhadores do setor de serviços, tiveram que apresentar mais de 125 denúncias de negociação de má-fé e retaliação desde então.

“Os funcionários da Starbucks em todo o país estão enfrentando os mesmos problemas sistêmicos”, afirmam os trabalhadores no site da Starbucks Workers United. “Todos os dias, nos EUA, lidamos com problemas como falta de pessoal, horários imprevisíveis, baixos salários, aumento dos custos de assistência médica, assédio, equipamentos quebrados e medidas disciplinares injustas”.

Os trabalhadores não recuaram e lutarão até o fim por melhores condições de trabalho. 



Fonte:  Peoples World - 14/11/2025

 

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