Notícia - Sindicato e Avibras se reúnem com ministro Guilherme Boulos

O Sindicato e a Avibras reuniram-se, nesta quarta-feira (26), com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, em Brasília. No encontro, o Sindicato cobrou do governo federal uma solução urgente para socorrer a fábrica e os trabalhadores, que estão há 32 meses sem salário.

O presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, relatou a indignação dos trabalhadores diante da demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em apontar uma saída para a retomada da Avibras, principal indústria bélica do país. Há mais de três anos, a empresa está parada e corre o risco de não voltar a produzir caso não haja liberação de recursos pelo governo federal.

Na reunião, representantes da Avibras, Raul Ortúzar e Sami Hassuani, criticaram a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) por ter recuado da promessa de conceder aporte financeiro para a recuperação da empresa. Em encontro anterior com representantes da Avibras, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, havia afirmado que buscaria outras alternativas de financiamento, mas, até agora, não deu qualquer retorno.

Guilherme Boulos comprometeu-se a levar a discussão ao presidente Lula e a Geraldo Alckmin ainda esta semana. Boulos é autor do Projeto de Lei 2.957/2024, que prevê a estatização da Avibras.


Recursos para Defesa


A Câmara dos Deputados aprovou, este mês, um projeto de lei complementar (PLP) que permite à União excluir até R$ 3 bilhões do limite de despesas do Poder Executivo em 2025, se forem gastos em projetos estratégicos de Defesa nacional.

Parte desse valor seria de grande ajuda para a recuperação da Avibras. A direção da empresa já divulgou que seriam necessários R$ 300 milhões do governo para que a fábrica volte a funcionar.

Em outras ocasiões, o governo Lula já havia dito que, para voltar a investir na empresa, seria necessária a troca de comando da Avibras, com a saída do então proprietário, João Brasil Carvalho Leite. A troca aconteceu, mas a liberação de recursos ainda não.

Já para a Embraer, não falta dinheiro público. Esta semana o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou a liberação de R$ 1 bilhão em financiamento para a fabricante de aviões.

 

Longa espera

Desde o início da crise da empresa, em 2022, o Sindicato vem cobrando do governo federal medidas concretas para evitar que o país perca sua principal indústria bélica. Foram inúmeros pedidos de reuniões, manifestações e mais de três anos de greve dos trabalhadores.

“Chegamos a um ponto em que não dá mais para esperar. Queremos que o governo dê uma resposta final, mesmo que seja negativa”, conclui Weller Gonçalves.

A CSP-Conlutas também participou da reunião, representada pelo assessor sindical Eduardo Zanata.

 

 


Fonte:  Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos / Foto: Roosevelt Cássio - 27/11/2025

 

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