A Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) realizou nesta quinta-feira (27), por videoconferência, o 6º Congresso Nacional – Professor Oswaldo Augusto de Barros, em celebração aos 20 anos de fundação da entidade. O encontro, que reuniu lideranças de sindicatos, federações e confederações de todo o país, debateu as diretrizes de atuação sindical, os desafios da atual conjuntura e elegeu, por aclamação, Sônia Maria Zerino da Silva como nova presidente da NCST.
Homenagem ao Professor Oswaldo
O congresso recebeu o nome de Professor Oswaldo Augusto de Barros, ex-presidente da NCST e da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura (CNTEEC). Sua trajetória foi lembrada em diversos momentos, especialmente por sua defesa da educação, pela valorização do trabalho e pela visão estratégica em defesa do sistema confederativo.
O presidente Moacyr Auersvald exaltou o legado do homenageado:
“O Professor Oswaldo foi uma das maiores lideranças do sindicalismo brasileiro. Sua visão humanista, sua capacidade de diálogo e seu compromisso com a classe trabalhadora deixaram marcas profundas na história da Nova Central.”
Parte da direção da Nova Central — incluindo Moacyr, Sônia Zerino, José Reginaldo, Denilson Pestana, Nelsinho Bornardi, Wilson Pereira, os assessores jurídicos Dr. Agilberto Seródio e Dr. Cristiano Meira, além de outros dirigentes e assessoria — reuniu-se presencialmente na sede da CNTEEC, em Brasília, onde foram recebidos pelo presidente Tarcísio Brandão, reforçando o caráter híbrido do processo eleitoral realizado durante o congresso.
Eleição da nova diretoria
Ao final da votação por aclamação, a chapa única liderada por Sônia Zerino foi proclamada eleita. A nova presidente assume a NCST no ano em que a entidade completa 20 anos de sua fundação por José Calixto Ramos, reafirmando um ciclo de renovação e continuidade histórica.
Moacyr Auersvald se despede do cargo
Na despedida do cargo, Moacyr fez um pronunciamento emocionado, marcado por agradecimentos, reflexões sobre sua trajetória e pedidos de apoio à nova direção. Ele destacou que a transição ganha ainda mais relevância por inaugurar um novo ciclo na história da NCST, com uma mulher assumindo a presidência pela primeira vez — um avanço simbólico e concreto no enfrentamento ao machismo estrutural no movimento sindical e um marco no compromisso da central com a igualdade de gênero.
Em seguida, fez um apelo direto às entidades filiadas:
“Se vocês querem a unicidade sindical, se querem o sistema confederativo, então ajudem a financiar esse processo.”
Moacyr também expressou a emoção e o peso de conduzir a sucessão após perdas importantes dentro da central:
“É muito difícil fazer uma sucessão. Sinto a mesma mistura de alegria e tristeza que senti quando assumi. Nunca imaginaria que teria esse desdobramento tão rápido. Ainda parece que o companheiro Calixto vai entrar pela porta a qualquer momento.”
Ele ainda agradeceu à sua base sindical no Paraná:
“Quero agradecer meu sindicato, a federação e a confederação. Sem eles, nada disso seria possível.”
Sônia Zerino, a nova presidente
Em discurso firme e emocionado, Sônia assumiu a presidência com um chamado à unidade e à renovação:
“Recebo essa responsabilidade com profunda honra. É um desafio assumir a Nova Central justamente quando celebramos 20 anos de luta, desde a fundação pelo nosso mestre e eterno presidente José Calixto Ramos.”
A nova presidente destacou seu orgulho enquanto mulher nordestina e a importância histórica do Rio Grande do Norte na luta das mulheres brasileiras. Lembrou pioneiras como Celina Guimarães, Alzira Soriano, Maria do Céu e Júlia Pessoa, relacionando esse legado à sua própria trajetória no movimento sindical.
Sônia também reforçou o compromisso de modernizar a atuação da NCST:
“Vamos fortalecer nossa base, investir em comunicação, abrir espaço para jovens, mulheres e trabalhadores invisibilizados. Nada sobre nós sem nós.”
E concluiu reafirmando sua dedicação à luta coletiva:
“Aprendi a fazer sindicalismo sem esperar retorno pessoal. Vamos seguir firmes, de mãos dadas, defendendo os trabalhadores e as trabalhadoras do Brasil. A luta continua.”
Debates e pautas centrais
Durante o Congresso, temas estruturais foram analisados em profundidade, incluindo:
• custeio sindical e o Tema 935;
• pejotização e precarização;
• trabalhadores por aplicativo e o “patrão algoritmo”;
• inteligência artificial e sua regulação no mundo do trabalho;
• estratégias políticas para 2026;
• defesa do sistema confederativo e da unicidade sindical.
As apresentações técnicas foram conduzidas pelo assessor jurídico da Nova Central, Dr. Cristiano Meira, e pelo assessor político da Contatos Assessoria e do Diap, André Santos.
Encerramento
O Congresso encerrou-se com mensagens de unidade, agradecimento às lideranças históricas e celebração da nova diretoria, que toma posse no dia 2 de dezembro, em Brasília. A NCST inicia um novo ciclo, agora sob a liderança de Sônia Zerino, com o compromisso de fortalecer a luta sindical, modernizar sua ação e manter viva a chama deixada por Calixto Ramos, José Reginaldo, Professor Oswaldo e Moacyr Auersvald.