Notícia - Sintricom monta "cemitério das gatas terceirizadas" em apoio à greve na UTGCA

A diretoria do Sintricom realizou na manhã da última terça-feira, 16 de julho, manifestação em defesa e apoio aos trabalhadores de terceirizadas da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UTGCA), no litoral norte de São Paulo. Desde a semana passada, a categoria decidiu deflagrar greve por tempo indeterminado por não ter seus direitos respeitados.

A manifestação, coordenada pelo presidente do Sintricom (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São José dos Campos e Litoral Norte), Marcelo Rodolfo da Costa, fortaleceu a greve dos trabalhadores de empresas terceirizadas que continuam sem acordo da campanha salarial deste ano, apesar de a data-base da categoria ter sido em 1º de maio.

No ato, os grevistas reafirmaram que só voltarão ao trabalho após o pagamento dos direitos e a aprovação de um acordo firmado pelas empresas junto ao sindicato.

Para mostrar a indignação dos trabalhadores com essas práticas, o Sintricom montou o “cemitério das gatas” na portaria da UTGCA, com direito a participação da “Morte Amostradinha”, provocando as gatinhas caras-de-pau que deixam o trabalhador na mão e não sofrem consequências - entre os trabalhadores da construção civil, são chamadas de empresas gatas aquelas que deixam de pagar os direitos e dão calote.

O ato também contou com o apoio dos petroleiros, que condenaram as ações da Petrobrás em passar a mão na cabeça de chefes que não pagam a quita dos trabalhadores, deixando-os sem proteção nenhuma.

De acordo com o presidente do Sintricom, além de empresas não negociarem com o sindicato um acordo, muitas delas, inclusive, estão quebrando e deixando os trabalhadores na mão. Marcelo Rodolfo da Costa também denunciou que trabalhadores estão tendo seus direitos violados pela Petrobras. É que há diversas empresas terceirizadas “gatas” que não estão cumprindo os contratos na UTGCA, que prevê que até 5% do valor total do contrato deve ser reservados para fazer o pagamento dos trabalhadores.

Segundo ele, essas empresas “gatas” não levam em consideração os valores devidos aos trabalhadores, inclusive não reconhecendo o Sintricom como representante dos trabalhadores e se sujeitando a fechar acordo com sindicatos sem representatividade na base territorial a fim de rebaixar os custos e não pagar os direitos do Acordo Coletivo Específico da UTGCA.

“Essas empresas utilizam a carta de crédito para obter empréstimos no valor total dos contratos. Quando essas empresas ‘gatas’ vão à falência, o banco intervém e retém o valor do contrato, fora os juros aplicados, deixando os trabalhadores sem a tão sonhada garantia de receber os valores de sua rescisão contratual, ficando à mercê da própria sorte”, afirma.

“Assim, o dinheiro que poderia aliviar a situação financeira dos empregados acaba sendo desviado, deixando-os desamparados e sem nenhuma proteção. Não dá para fechar os olhos e permitir que uma empresa quebre na UTGCA e os direitos dos trabalhadores não sejam respeitados”, critica.

Para agravar ainda mais a situação, a gerência da UTGCA frequentemente adota uma postura condescendente com esses empresários. “Em vez de responsabilizá-los, permite que eles simplesmente troquem de CNPJ e retornem à planta da Unidade de Gás. Já vimos isso antes, como, por exemplo, a G&E que faliu e depois a JRM assumiu o contrato, com a mesma gerência. Agora estamos vendo a mesma história se desenrolar com a Telsan ou a Linx, entre outras empresas que estão no ‘bico do corvo’ e os trabalhadores vão ficar a ver navios se o sindicato não representar e defender os seus direitos”, enfatiza.

Diante disso, o Sintricom tem cobrado a implementação de medidas rigorosas que garantam a responsabilização destas empresas “gatas”, para a proteção dos direitos dos trabalhadores e a transparência nos processos de contratação e execução das obras. “Garantir que o dinheiro seja pago diretamente ao trabalhador, somente assim será possível assegurar um ambiente de trabalho justo e digno na UTGCA”, finaliza Marcelo.

 


Fonte:  Vanderlei Zampaulo - Sintricom São José dos Campos e Litoral Norte / Foto: SINTRICOM SJC e Litoral Norte - 18/07/2024


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