Metalúrgicos da Eaton, na zona sul de São José dos Campos, aprovaram o estado de greve, em assembleias, nesta segunda-feira (20). A medida, que antecede uma paralisação, foi adotada para exigir que a empresa pague a íntegra da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e implemente o vale-alimentação.
O aviso de greve já foi protocolado pelo Sindicato junto à direção da fábrica. O documento dá prazo de 24 horas para que a Eaton se manifeste sobre as reivindicações. Caso contrário, pode haver paralisação.
Em acordo assinado entre Sindicato e empresa, no ano passado, foi previsto que a segunda parcela da PLR teria valor de R$ 1.200, de acordo com o cumprimento de metas. Porém, segundo a Eaton, as metas não foram atingidas. Com isso, os trabalhadores só receberiam cerca de R$ 160, agora em janeiro.
Os metalúrgicos, porém, contestam a informação passada pela fábrica, uma vez que são impedidos de aferir as metas. Com a falta de transparência, eles exigem o pagamento integral, até porque a produção da Eaton está em alta.
Além do mais, das empresas do setor de autopeças localizadas na região, a Eaton é a que paga a menor PLR. O valor total do direito na fábrica, em 2024, seria de R$ 5.700 (com cumprimento de metas). Na Parker e na TI Automotive, por exemplo, a PLR foi de R$ 10.800 e R$ 9.500, respectivamente.
Vale-alimentação
Em junho do ano passado, a Eaton se comprometeu a negociar com o Sindicato a implementação do vale-alimentação. Porém, as tratativas, que deveriam ter sido feitas no segundo semestre de 2024, não ocorreram.
“A Eaton é uma multinacional que tem condições de atender às reivindicações dos trabalhadores. O mínimo que eles esperam é que ela cumpra com suas obrigações, principalmente as previstas em acordos prévios, como o pagamento da PLR e a negociação do VA. O aviso está dado: ou a Eaton paga nossos direitos ou vai ter greve”, afirma o diretor do Sindicato Adriano Lopes.
A Eaton produz válvulas para veículos e emprega cerca de 550 trabalhadores.