Nesta quinta-feira, 24/04, o SINTETEL participou do lançamento da Frente Parlamentar para Discutir a Precarização do Trabalho na Área de Telecomunicações no Estado. O evento ocorreu na Assembleia Legislativa de São Paulo. A ocasião reuniu todas as frentes envolvidas nas relações de trabalho: empresas, trabalhadores, Justiça do Trabalho e o legislativo.
Proposta pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), a Frente surge como um espaço para impulsionar as mudanças no ambiente de trabalho decorrentes da precarização no setor. Além de debater os desafios do setor, destacou-se a atuação de empresas clandestinas, as chamadas “gatas”.
“Esta não é uma ação só minha. É uma ação da Alesp. A regularização do trabalho e das empresas é fundamental. Vamos visitar cada órgão envolvido, cada agente fiscalizador e verificar quem está atuando e quem está representando os trabalhadores. Brigaremos para que tenhamos serviços de qualidade e com segurança”, disse o anfitrião.
Além do deputado Luiz Fernando, Gilberto Dourado e Almir Munhoz, representaram o SINTETEL e a FENATTEL, respectivamente. Rogério Soares, do SINTTEL-SC; Vivien Suruagy, presidente da Feninfra; César Pasold, desembargador do TRT de Santa Catarina; Canindé Pegado, secretário Geral da UGT e os deputados Delegado Olim e Guto Zacarias, também participaram da mesa de abertura.
“Como representantes dos trabalhadores, queremos mudar essa situação. Por isso, estamos juntos nesta frente parlamentar. Vamos ter ações fortes para mudar essa situação. Queremos que os trabalhadores saiam, mas voltem à suas casas, com segurança”, disse o presidente do SINTETEL, Gilberto Dourado.
Durante sua fala, Gilberto Dourado apresentou um vídeo denunciando a precarização que ocorre em algumas empresas telecomunicações e, em seguida, discorreu sobre este grave problema.
O presidente da FENATTEL, Almir Munhoz, alertou para a necessidade da fiscalização, principalmente com relação às grandes operadoras, que são as tomadoras de serviços das empresas terceirizadas. “Há anos lutamos por mudanças, pelo Selos de Qualidade, mas não temos apoio, porque não há interesse. Esse é um trabalho conjunto. Precisamos fiscalizar todos os envolvidos neste ciclo e, principalmente, as grandes operadoras que terceirizam os a prestação de tais serviços”, disse Almir.
Canindé Pegado, destacou a essencialidade da categoria de telecom. “Esta categoria não é só especializada, mas também essencial. Precisamos garantir segurança e construir trabalhadores felizes, e não explorados”, disse o dirigente.
Na ocasião, Vivien Suruagy apresentou dados do setor e declarou: “As empresas não existem sem a força de trabalho de quem produz. Lembramos que as empresas sérias estão aqui para esse debate, mas precisamos agir e denunciar as que agem de forma irregular”.
“Aqui não queremos tirar o ‘ganha pão’ de ninguém, mas temos que ser justos. Não pode o trabalhador ser prejudicado por empresas que ganham bilhões por ano, às custas de irregularidades. Enquanto as empresas que trabalham direito, dentro das normas, continuam perdendo mercado”, disse o deputado Delegado Olim.
Já o desembargador César Pasold falou em nome da Justiça do Trabalho e de como atua na busca por soluções que envolvem a saúde e segurança do trabalhador, à frente do projeto Trabalho Seguro. “A pior coisa para um juiz do trabalho e pegar um processo e ter que decidir o quanto vale um braço, um órgão, uma vida ou quanto uma família terá que receber”, lamenta.
Ao final, a Frente Parlamentar foi instituída com a finalidade solucionar e impulsionar o combate à precarização do setor de uma vez por todas.
A intenção também será a de levar o debate à esfera nacional com o objetivo de ampliar essa discussão junto ao Congresso Nacional.