A Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) teve participação de destaque na realização do 14º Fórum Sindical do BRICS, promovido nos dias 23 e 24 de abril, em Brasília (DF). Realizado pelas centrais sindicais — NCST, UGT, CSB, CUT, CTB e Força Sindical — o evento reforçou a importância do protagonismo brasileiro nos debates internacionais sobre trabalho, justiça social e sustentabilidade.
Nesses dois dias, lideranças sindicais dos países que integram o bloco — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e Irã — além de delegações de nações convidadas, debateram temas como a regulação da inteligência artificial, os impactos da automação no emprego, as mudanças climáticas e os desafios da transição energética.
O secretário de Relações Internacionais da NCST, Denilson Pestana, e seu secretário adjunto, Antonio Alpendre, representaram o presidente Moacyr Auersvald, que não pode comparecer ao evento.
Pestana ressaltou a importância do BRICS Sindical: “O nosso Fórum é conquista histórica. Ao unir centrais sindicais de economias emergentes e em desenvolvimento, ampliamos nossa capacidade de incidir sobre as decisões globais, colocando o mundo do trabalho no centro do debate sobre o futuro”.
Pestana ainda falou sobre a importância do diálogo, como uma plataforma de ação conjunta em defesa da justiça social, da democracia e do trabalho digno, com um alcance global.
“Vivemos uma era de mudanças profundas, aceleradas pela transformação digital, pelas emergências climáticas e pelos desafios geopolíticos. Diante disso, mais do que nunca, precisamos de respostas coletivas, ousadas e comprometidas com os trabalhadores e trabalhadoras do mundo inteiro”, disse o secretário Internacional da NCST.
Participação do MTE
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participou da abertura do 14º Fórum do BRICS Sindical, na quarta-feira (24), e defendeu a participação dos países do BRICS na construção de uma nova ordem multipolar.
Marinho pontuou sobre a regulação ética da IA e fortalecimento do sindicalismo. “A inteligência artificial deve ser apropriada pela humanidade, não por poucas empresas que se enriquecerão às custas de milhões que enfrentarão dificuldades nessa transição do mercado de trabalho”, afirmou.
O ministro também fez críticas à postura adotada pelos Estados Unidos no cenário internacional, destacando especialmente a atuação do presidente norte-americano.
China critica tarifaço de Trump
Entre as falas internacionais, o vice-presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da China (ACFTU), Shanwen Jin, chamou atenção para os impactos negativos das medidas adotadas pelo presidente Donald Trump, que, segundo ele, têm causado efeitos prejudiciais em escala global.
“Vivemos um momento delicado no cenário global. As políticas protecionistas impulsionadas pelo governo Trump, como o aumento de tarifas, têm causado instabilidade e agravado os desafios enfrentados pela economia mundial”, afirmou Shanwen.
Shawen reforçou a importância da união entre os países do Brics: “Precisamos garantir que os direitos da classe trabalhadora não sejam sacrificados em nome de interesses econômicos unilaterais”.
NCST se solidariza a China
“Não podemos deixar de destacar o papel central da China, que atualmente se consolida como a maior economia do mundo em termos de Produto Interno Bruto por paridade de poder de compra (PPC), segundo o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial. Sozinha, a China representa aproximadamente 19,29% da economia global por esse critério, sendo também o maior exportador mundial de bens e o maior parceiro comercial de diversos países em todos os continentes”, enfatizou Pestana.
15 º BRICS Sindical
Ao final do 14º Fórum Sindical do BRICS, os representantes aprovaram a declaração “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, que reuniu as resoluções dos países membros como base central das propostas discutidas durante o encontro. O documento reafirma o compromisso das entidades sindicais com os temas debatidos. Também foi anunciada a realização do 15º BRICS Sindical na Índia, reforçando a continuidade do diálogo e da cooperação entre as nações do bloco.