No próximo dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, a CUT-SP e sindicatos filiados participam da 22ª Marcha da Consciência Negra, com concentração marcada em frente ao MASP, na Avenida Paulista, às 12h.

O evento deste ano leva como tema “Zumbi e Dandara – 300 + 30 anos”, uma referência à resistência negra, à herança quilombola e à reafirmação da igualdade racial como dimensão fundamental da justiça social.

Dados recentes reforçam a urgência desse chamado à mobilização: uma pesquisa apoiada pelo Ministério da Igualdade Racial (MIR) mostrou que cerca de 85% da população negra afirma ter sofrido discriminação racial no Brasil. Além disso, os números do mercado de trabalho seguem revelando uma estrutura profundamente desigual: trabalhadores negros enfrentam taxas de desemprego mais elevadas, maior informalidade, salários em média cerca de 40% inferiores aos de trabalhadores brancos, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

“Vivemos em um país onde o racismo não é apenas uma injúria verbal ou um ato individual isolado. Ele está entranhado nas relações de trabalho, na estrutura econômica, nas portas que permanecem fechadas para as trabalhadoras e trabalhadores negros. No mercado formal ou informal, os negros são os que menos têm acesso aos empregos qualificados, aos cargos de liderança, aos salários dignos. As mulheres negras, então, enfrentam a dupla opressão: de raça e de gênero, pois ganham menos e são preteridas”, afirma a secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Silva.

A CUT-SP convoca todos os sindicatos, militantes, trabalhadores e trabalhadoras negras e antirracistas a participarem da Marcha, reafirmando que nenhum direito será conquistado sem luta, especialmente no mundo do trabalho, onde o racismo estrutural segue barrando o progresso, a ascensão e a dignidade da classe trabalhadora negra.