Dando continuidade aos debates em torno da Reforma Administrativa e da importância dos serviços públicos, a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) realizou um novo seminário, nesta quinta-feira (15). Desta vez organizada, principalmente, pelas lideranças gaúchas da CSB, o evento contou com a presença de parlamentares, economistas e lideranças do movimento sindical.
Com a mediação de Sérgio Arnoud, liderança gaúcha da central, o evento começou com um debate em torno da atual conjuntura do Brasil. O presidente da CSB, Antonio Neto, fez duras críticas à conduta do Governo Federal, ao pautar essa reforma em tempos de pandemia. “No momento em que estamos com 360 mil mortos pela pandemia, o que apresenta esse governo além de vender o país? Reforma Administrativa, como se não houvesse nada mais importante para debater”.
Ainda na primeira mesa, o presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), João Gomes dos Santos, ressaltou que o nome “Reforma Administrativa” não é digno da proposta do Governo Federal. De acordo com a liderança, devemos pensar em reformas que aprimorem os serviços do Estado, o que não está sendo apresentado pela equipe econômica de Jair Bolsonaro.
A segunda mesa contou com a presença do economista Rodrigo Ávila, representante da Auditoria Cidadã. Ele reforçou a tese de que os servidores públicos são responsáveis por algum déficit fiscal é uma falácia. “As informações apresentadas pelo governo federal indicando que os servidores públicos seriam os responsáveis pelo caos financeiro do país, são totalmente enganosas!”
Já a terceira mesa pautou os impactos sociais da PEC 32 e contou com a presença de lideranças diversas da CSB. Vilson Weber ressaltou o caráter inconstitucional da reforma. Márcia Elisa Trindade lembrou dos impactos negativos que serão causados à população brasileira caso a Pec seja aprovada. Já Flávio Werneck ressaltou que boa parte da corrupção na política do Brasil começa na iniciativa privada.
O evento se encerrou na quarta mesa, que contou com a presença dos parlamentares Fernanda Melchionna (PSOL) e Pompeo de Mattos (PDT). Melchionna ressaltou que a Reforma Administrativa não surge do nada, mas dá continuidade a um projeto de desmontes e ataques ao serviço público do Brasil. Ela também ressaltou a necessidade de articulação com a sociedade na luta contra o projeto. “Para ganhar no parlamento tem que ganhar fora”.
Pompeo de Mattos finalizou o evento ressaltando que medidas como o fim da estabilidade pode comprometer o funcionamento do Estado. “O servidor fez um concurso e é essa estabilidade que garante o funcionamento do estado. Esse relaxamento nas regras é para que eles possam fazer o proselitismo, a roubalheira.“