O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região completa 98 anos nesta sexta-feira, dia 16 de abril. Tenho a honra de estar à frente desta entidade combativa, que luta diariamente pela organização da classe trabalhadora e na luta por uma sociedade justa e democrática, com a ampliação dos direitos individuais e coletivos.
Neste momento de grave crise, somos uma das poucas categorias unidas nacionalmente e temos atuado para garantir, além da manutenção de empregos e salários, medidas que preservem a saúde e garantam a segurança dos bancários e de toda a população. Estamos cobrando diariamente os bancos e já colocamos mais de 230 mil bancários para trabalharem em casa, em sistema de home office e já sãomais de 2.200 agências fechadas em todo o Brasil. Sabemos a responsabilidade que temos neste momento, nossa luta é constante. Solicitamos ao governo paulista a inclusão dos bancários em grupo prioritário no Plano Estadual de Imunização, uma medida que trará mais segurança tanto para os trabalhadores, como para toda a população. A atividade bancária é considerada essencial e, com o agravamento da pandemia, a execução das tão necessárias políticas públicas de caráter social, como o auxílio-emergencial, invariavelmente passa pelo atendimento bancário.
O Sindicato tem um histórico relevante de lutas e conquistas. E ao longo da pandemia este legado não tem sido diferente.
Desde a fundação, em 1923, crescemos em quantidade e em qualidade, com conquistas que fizeram história, como a jornada de seis horas semanais, auxílio-creche, fim do trabalho aos sábados, vales refeição e alimentação, PLR, 13ª cesta-alimentação. E nos adaptamos aos novos tempos, com garantias previstas na Convenção Coletiva de Trabalho como a licença-maternidade de 180 dias, licença paternidade, igualdade de direitos para casais homoafetivos, instrumento de combate ao assédio moral, mais segurança, entre muitas outras conquistas.
Nos últimos anos, temos sofrido ataques em série do governo e de parlamentares comprometidos única e exclusivamente com os interesses dos banqueiros e dos grandes empresários, que visam o lucro explorando os trabalhadores. Temos resistido em meio a tantas adversidades. A atuação do Sindicato dos Bancários de São Paulo foi essencial nos últimos anos, em um ambiente de incerteza política e econômica e ataque aos direitos dos trabalhadores, a categoria teve aumento real acumulado entre 2004 e 2020 de 21,3% nos salários e 42,8% no piso, com a garantia da manutenção de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), válida em todo o Brasil.
Nossa luta não se resume somente a nossa Campanha Nacional Unificada, se estende pela ampliação dos direitos para todos os trabalhadores e por um país mais justo e igualitário. Como Sindicato Cidadão, temos de intervir na sociedade e ficar atentos ao que acontece na conjuntura.
Defendemos a vacinação de toda a população e o fortalecimento do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), para que todos tenham acesso a um sistema de saúde público e universal funcionando. Acreditamos que, nesse momento, também é fundamental a manutenção e o aumento no valor do auxílio emergencial para, no mínimo, R$ 600. A fome está piorando em 2021 com o agravamento da crise sanitária, a alta do desemprego (que atinge mais de 14,3 milhões de trabalhadores) e a disparada dos preços dos alimentos, que vêm subindo mais do que a inflação.
Estamos mobilizados. A quadra dos bancários, palco de lutas históricas da categoria bancária e de grandes eventos, agora virou mais um símbolo da luta contra a fome para as pessoas em situação de rua e também aquelas que foram afetadas pela crise do coronavírus. Desde o dia 10 de agosto de 2020, por meio de uma parceria entre o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, o Bancário Solidário e a Rede Rua, a quadra está sendo utilizada para a produção de refeições e distribuição, diariamente, de cerca de mil marmitas e sopas graças às doações de empresas, entidades e pessoas físicas. A ação está ocorrendo por meio da campanha Bancári@ Solidári@, criada em março, durante a pandemia, para que bancários possam fazer doações financeiras, de alimentos e roupas. Além da doação de alimentos, o Sindicato dos Bancários instalou um bebedouro com água e sabão para uso livre na Rua Tabatinguera, próxima da Praça da Sé, em São Paulo, para estimular a higienização pessoal e fornecer água potável. Recentemente, o Sindicato, em parceria com a Contraf-CUT e MST, também distribuiu quatro toneladas de alimentos a 15 comunidades carentes na cidade de São Paulo.
Nesse grave momento, o governo desmonta o Banco do Brasil, responsável por subsidiar a agricultura familiar, e por conta disso o custo dos alimentos também aumenta. E desmonta a Caixa Econômica Federal, responsável pelos projetos sociais. É preciso o fortalecimento dos bancos públicos, instrumentos de política anticíclica e financiamento, para o auxílio ao crédito. Sem crédito não há desenvolvimento e sem desenvolvimento não há emprego. Por isso os bancos públicos são essenciais para o país.
O movimento sindical bancário mantém sua resistência contra os governos autoritários. Já sofremos cinco intervenções federais ao longo da história. Mas nunca desistimos de lutar. Vamos à luta defender nossos direitos, construir uma sociedade justa significa promover o desenvolvimento com inclusão social. Temos de defender os direitos de cidadania assegurados pela Constituição Federal de 1988, marco do processo civilizatório nacional.
Convido a todos os trabalhadores para participar da luta, conheçam e associem-se ao Sindicato!
Por fim, quero parabenizar a cada um! Sem vocês não existe luta, mobilização, união e conquistas!
Presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva
Artigo publicado no site dos Bancários de São Paulo