Em matéria da Folha de São Paulo no Painel com o título “Coronel bolsonarista que preside a Ceagesp tenta expulsar sindicato, que fala em retaliação”, o ex-comandante da Rota e atual diretor-presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), o bolsonarista Ricardo Nascimento de Mello Araújo enviou carta pedindo que o sindicato deixe a sede em 15 dias.
A sede do Sindbast (Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo) fica dentro da Ceagesp é alugada desde 1986.
O sindicato afirma que a expulsão é por retaliação por terem denunciado Mello aos Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho por práticas antissindicais e de perseguição aos trabalhadores.
Trecho da matéria da Folha diz: “As denúncias do Sindbast afirmam que os trabalhadores da Ceagesp têm sido coagidos por policiais da ativa e da reserva que foram nomeados para trabalhar na companhia por Mello ou que são amigos dele. As representações enviadas aos ministérios públicos listam episódios do tipo.”
Enilson Simões de Moura, o Alemão, presidente do Sindbast, diz ter sido ameaçado de morte por policiais na Ceagesp, em outro caso, três funcionários teriam sido coagidos a pedir demissão enquanto um dos aliados de Mello Araújo ameaçava epo-los como ladrões em um programa de televisão.
“É um sindicato que tem muita ação. Ele quer expulsar o sindicato em 15 dias, ofereceu um mocozinho de 50 metros em que não cabem nem os livros do sindicato. Está fazendo isso por perseguição e vingança contra o sindicato, que agiu em defesa dos trabalhadores”, afirma Alemão.
O presidente diz que o sindicato não sairá da sede. “Estamos aqui há 30 anos. Não é um fascistinha qualquer que vai chegar e tirar a gente daqui”, falou Enilson.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, relata um caso que aconteceu na visita do deputado federal Vicentinho (PT-SP).
“É uma linha ditatorial, uma forma que resgata os piores momentos do Brasil e do movimento sindical. Outro dia o deputado Vicentinho (PT-SP) visitou a Ceagesp e eles colocaram uma fita para proibir a entrada dele no sindicato.Tem a intenção de intimidar e tirar os poderes dos trabalhadores do maior entreposto da América Latina”.
Leia nota das Centrais Sindicais sobre o tema