As centrais sindicais denunciaram nesta quarta-feira (25) a “retaliação” sofrida pelo Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sindbast), que corre o risco de perder sua sede. Segundo as entidades, o pedido para que o sindicato deixasse o local, onde está instalado há 30 anos, representa uma perseguição.
“Trata-se de uma retaliação após denunciarmos o coronel Ricardo Mello aos Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho por práticas antissindicais e de perseguição aos trabalhadores”, informa o texto. Além do presidente do Sindbast, assinam a nota dirigentes do MSTe de seis centrais – CTB, CUT, Força Sindical, UGT, NCST e CSB.
Confira abaixo a íntegra do texto:
Nota em repúdio à perseguição do coronel Ricardo Mello aos trabalhadores da Ceagesp
O Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo – Sindbast, fundado em 1986, está sediado, desde sua criação na Av. Dr. Gastão Vidigal, 1946, prédio Edsed-I, sala 10. Desde então temos participado ativamente da vida pública, das pautas sociais e da prática da cidadania; angariamos parceiros e adversários políticos, como acontece com qualquer entidade que se proponha a agir politicamente e democraticamente.
No dia 20/08, sexta feita, recebemos uma correspondência da empresa nos avisando que teríamos 15 dias para deixar o local no qual o Sindicato está sediado há mais de 30 anos e onde construímos nossa história com biblioteca, auditório, sala de atendimento jurídico entre outros serviços que prestamos.
Trata-se de uma retaliação após denunciarmos o coronel Ricardo Mello aos Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho por práticas antissindicais e de perseguição aos trabalhadores.
Recentemente, temos travado batalhas praticamente diárias contra o autoritarismo criminoso do coronel, atual presidente da Ceagesp. Citamos, por exemplo, a perseguição que trabalhadores da Ceagesp vêm sofrendo, sendo até obrigados a se demitirem – sob coerção armada e violenta – em clara afronta às normas aprovadas pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como no caso de três trabalhadores, incluindo um dirigente sindical, que foram acusados com “provas” forjadas – de roubo de energia elétrica – e já desmentidas, inclusive com depoimentos na polícia civil.
É ostensiva a presença de policiais da ativa e reformados nas dependências da Ceagesp e o próprio presidente do Sindbast, Enilson Simões de Moura, foi ameaçado de morte (ocorrência com testemunhas e já registrada em Boletim de Ocorrência).
O Sindicato dos Carregadores, que também se localiza na Ceagesp, já foi invadido de maneira violenta e autoritária tendo o caso sido objeto de matéria detalhada no site da Revista Carta Capital.
Ressaltamos nossos agradecimentos ao apoio do deputado Ivan Valente que remeteu nossas denúncias à Comissão de Ética da Presidência da República e ao senador Alexandre Giordano que subscreveu nossa denúncia junto ao Ministério Público Federal.
Solicitamos o apoio de todas as entidades para que possamos manter nossas lutas em defesa dos trabalhadores e seus direitos, bem como pela democracia e cidadania.
São Paulo, 25 de agosto de 2021
- Enilson Simões de Moura, Alemão, Presidente do Sindbast (Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento do Estado de São Paulo)
- Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
- Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
- Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
- Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
- José Reginaldo Inácio, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
- Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
- João Paulo Rodrigues, representante do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)